FBI conclui que não houve ameaça de morte a piloto da Nascar
Los Angeles, 23 Jun 2020 (AFP) - O FBI determinou nesta terça-feira (23) que a corda encontrada na garagem de Darrell 'Bubba' Wallace, o único piloto negro da série Nascar, no circuito do Alabama, estava naquele lugar desde o final de 2019, e por conta disso não vai apresentar acusações contra ninguém.
"O FBI concluiu sua investigação no circuito Superspeedway de Talladega (Alabama) e determinou que Bubba Wallace não era alvo de um crime de ódio", afirmaram através de um comunicado os administradores da Nascar, a principal categoria de automobilismo americana.
"O relatório do FBI conclui, e as evidências fotográficas confirmam que o laço na porta da garagem estava lá desde o outono passado" (no hemisfério norte)", acrescentou a Nascar.
"Isso foi obviamente muito anterior à chegada da equipe 43 e da atribuição da garagem", concluiu.
No domingo passado, a Nascar havia relatado que a corda foi encontrada na garagem de Wallace horas antes da prova no Alabama.
Para muitos, a corda fazia uma alusão ao enforcamento, uma forma de assassinato de muitos negros nos Estados Unidos durante a segregação racial.
A descoberta chocou o mundo esportivo americano e gerou numerosos sinais de solidariedade com o piloto, que nas últimas semanas foi uma das faces mais visíveis de apoio ao movimento antirracista 'Black Lives Matter' (A vida do negro importa) .
Quinze agentes do FBI participaram das investigações desde segunda-feira, conduzindo inúmeras entrevistas e analisando evidências documentais, disse o agente especial encarregado da investigação, Johnnie Sharp, e o procurador-geral do Distrito Norte do Alabama, Jay E. Town, em comunicado conjunto nesta terça-feira.
"Embora agora se saiba que a corda estava na garagem número 4 em outubro de 2019, ninguém sabia que Wallace seria designado para a garagem número 4 na semana passada", observou o texto.
"Após uma análise completa dos fatos e evidências que cercam esse evento, concluímos que nenhum crime federal foi cometido".
Wallace, 26, foi um dos muitos atletas americanos que se manifestaram contra o assassinato do afro-americano George Floyd nas mãos de um policial branco de Minneapolis em 25 de maio, o que provocou a maior onda de protestos antirracismo no país nas últimas décadas.
Menos de duas semanas atrás, o piloto também foi uma figura-chave para convencer a Nascar a banir a bandeira confederada em seus circuitos e instalações, sendo associada por muitos ao racismo e à escravidão nos Estados Unidos.
Numerosos atletas também expressaram apoio a Wallace nas últimas horas, incluindo o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton e a estrela da NBA LeBron James.
gbv/ma/lca
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