Esporte americano apoia o veredito do caso Floyd: 'ainda falta muito trabalho'
Los Angeles, 21 Abr 2021 (AFP) - Ligas, times e grandes nomes do esporte nos Estados Unidos se manifestaram a favor do veredito de culpado proclamado nesta terça-feira (20) contra o ex-policial Derek Chauvin pelo assassinato do afro-americano George Floyd, mas advertiram que "ainda há muito trabalho a ser feito".
A NBA, a competição mais ativa nos protestos contra o assassinato cometido em maio de 2020, emitiu um comunicado poucos minutos depois que o veredicto foi lido em Minneapolis.
"O assassinato de George Floyd foi um ponto de virada na forma como vemos (as questões de) raça e justiça em nosso país, e estamos felizes que a justiça foi feita", disse a liga de basquete em um texto conjunto com sua associação de jogadores.
"Mas também reconhecemos que ainda há muito trabalho a ser feito" e "redobraremos nossos esforços para defender mudanças significativas nas áreas de justiça criminal e policial", enfatizou.
Numerosas personalidades atuais e do passado da NBA expressaram rapidamente no Twitter seu apoio à decisão do júri, que unanimemente considerou Chauvin culpado de todas as três acusações de assassinato de segundo e terceiro grau e homicídio culposo neste julgamento, convertido em símbolo da brutalidade policial contra minorias nos Estados Unidos.
"RESPONSABILIDADE", limitou-se a dizer o astro do Los Angeles Lakers LeBron James, uma das figuras mais envolvidas com o movimento 'Black Lives Matter'.
"Justiça e responsabilidade. Coisas que eu nunca pensei que veria. Há muito mais trabalho a fazer, mas este é um ótimo começo para trabalhar em prol da reforma que este país PRECISA", disse Karl-Anthony Towns, estrela do Minnesota Timberwolves, Equipe com sede em Minneapolis.
- Meses de protestos -Ao longo de 2020, mais estrelas do basquete, como Giannis Antetokounmpo (Bucks) ou Stephen Curry (Warriors) participaram das marchas massivas para protestar contra o assassinato de Floyd e exigir o fim da brutalidade policial contra os negros no país.
O choque criado pelo crime cometido pelo ex-policial branco Chauvin, que foi filmado ajoelhado por mais de nove minutos no pescoço de Floyd, ocorreu quando a NBA e todas as outras competições estavam suspensas devido à pandemia do coronavírus.
No reinício da temporada da NBA em julho na bolha fechadas no Disney (Orlando), os jogadores realizaram atos diários de protesto, como ajoelhar-se durante o hino antes do jogo, um gesto que foi replicado em competições esportivos de muitos outros países.
Em outro momento de grande tensão, os jogadores entraram em greve em agosto após o ataque policial a outro negro, Jacob Blake, seguido por alguns times da liga de futebol (MLS) e da Liga Principal de Beisebol (MLB).
"Eu ia fazer um tuíte de comemoração, mas então fiquei triste porque estamos comemorando algo que é claro como o dia", disse a tenista japonesa Naomi Osaka nesta terça-feira. No ano passado, Osaka conseguiu fazer com que o torneio WTA de Cincinnati interrompesse as atividades por um dia depois do ataque a Blake.
"O fato de tantas injustiças nos fazerem prender a respiração antes desse resultado é realmente revelador", acrescentou a jovem, quatro vezes campeã de Grand Slams.
A MLS e a Liga de Futebol Americano (NFL), além de muitos de seus times, e a associação de jogadores de beisebol também se pronunciaram a favor do veredito e por maior igualdade e justiça social no país.
"Embora o veredito de hoje não possa curar a dor indescritível de uma vida humana violentamente tirada, ele honra a vida sagrada de George Floyd", escreveu a MLS. "Justiça para uma pessoa não deve ofuscar o clamor por justiça igual para todos."
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