Morre Lamine Diack, ex-presidente da IAAF condenado por corrupção
Lamine Diack morreu hoje, aos 88 anos, em Dacar, no Senegal. Por 16 anos, Diack foi principal dirigente do atletismo mundial, até a explosão de casos de corrupção que provocaram sua condenação e abalaram a imagem da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, atual World Athletics).
Atleta do salto em distância competindo pela França, posteriormente jogador de futebol e diretor técnico da seleção senegalesa após a independência do país africano em 1960, Lamine Diack estabeleceu uma carreira política e depois nas entidades esportivas, sendo o primeiro presidente não europeu da entidade mundial de atletismo, em 1999.
No entanto, viu sua carreira ir à ruína após acusações criminais. Considerado um dos principais personagens de um sistema de corrupção destinado a ocultar casos de doping na Rússia, Diack foi condenado em setembro de 2020 pela justiça francesa a quatro anos de prisão, com dois anos de suspensão condicional, e a pagar multa de 500.000 euros por corrupção e abuso de confiança.
Diack havia apresentado recurso contra a sentença e aguardava a data do julgamento.
Também foi acusado por corrupção passiva na investigação sobre a escolha das sedes dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e do Mundial de Atletismo em 2017. Após os casos de corrupção, ele retornou em maio ao Senegal pela primeira vez desde sua acusação em 2015.
Seu filho Papa Massata, ex-conselheiro de marketing da IAAF, também foi julgado em Paris por corrupção e lavagem de dinheiro no caso.
O clã Diack foi acusado de ter adiado sanções disciplinares contra atletas russo suspeitos de doping em troca de renovações de contratos de patrocínio e de exibição na TV para o Mundial de Moscou-2013 e de recursos do governo russo para financiar a oposição ao presidente Abdoulaye Wade durante as eleições de 2012 no Senegal, vencidas por Macky Sall.
Mesmo com a condenação por corrupção, Diack se vangloriava da expansão do atletismo: a receita com direitos de televisão e patrocínios aumentaram em seus 15 anos à frente da IAAF a mais de um bilhão de de dólares, mas foram reduzidos posteriormente devido aos escândalos.
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