Rússia é excluída do Mundial de futebol e Uefa rompe com Gazprom
Paris, 28 Fev 2022 (AFP) - A Rússia sofreu duros golpes no mundo do esporte, nesta segunda-feira (28), em especial com sua exclusão do Mundial Catar-2022 de futebol e com o rompimento da parceria de patrocínio da Uefa com a gigante russa do setor gasífero, a Gazprom.
Em um comunicado conjunto divulgado hoje, a Fifa e a Confederação Europeia (Uefa) anunciaram a exclusão da Rússia da próxima Copa do Mundo, por sua organizadora, a Fifa, que também anunciou a suspensão das seleções nacionais e dos clubes russos "até nova ordem", em reação à invasão da Ucrânia.
"Neste caso, o futebol está totalmente unido e apoia plenamente todas as pessoas afetadas na Ucrânia. Os dois presidentes (Gianni Infantino, por parte da Fifa, e Aleksander Ceferin, da Uefa) esperam que a situação na Ucrânia melhore significativa e rapidamente para que o futebol possa ser, de novo, um vetor de unidade e paz entre os povos", declararam ambas as entidades, no comunicado.
Anfitriões do último Mundial, em 2018, os russos estão, assim, desclassificados da repescagem da próxima edição, partida que seria disputada no final de março, com uma vaga em jogo para Catar-2022.
O Mundial acontece de 21 de novembro a 18 de dezembro.
Sua seleção feminina também não poderá disputar a Eurocopa na Inglaterra, em julho. O Spartak de Moscou, último clube russo em competições europeias nesta temporada, também fica excluído.
Já a Uefa rompeu, "com efeito imediato", sua parceria com a gigante russa Gazprom, um de seus principais patrocinadores desde 2012.
De acordo com a imprensa especializada, o contrato, previsto para terminar em 2024, foi estimado em 40 milhões de euros por ano (US$ 45 milhões) e cobria a Liga dos Campeões, competições internacionais organizadas pela Uefa, assim como o Euro-2024 que será na Alemanha.
E, em outro anúncio desta segunda, a comissão executiva do Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou que atletas russos e bielorrussos não sejam convidados para competições esportivas.
Observando que muitos atletas da Ucrânia se veem impedidos de competir, devido ao ataque das tropas russas a seu país, a comissão executiva do COI "recomenda às federações esportivas internacionais e aos organizadores de eventos esportivos que não convidem, nem permitam a participação, de atletas e de representantes oficiais russos e bielorrussos em competições internacionais".
Como medida simbólica, o COI anunciou, no mesmo comunicado, que retirava a Ordem Olímpica do presidente Vladimir Putin.
"O comitê executivo do COI, baseando-se nas circunstâncias e na situação e considerando a violação extremamente grave da Trégua Olímpica e outras violações da Carta Olímpica pelo governo russo no passado, tomou a decisão de retirar a Ordem Olímpica para todas as pessoas que hoje têm uma importante função no governo da Rússia", afirma a nota.
Se "por razões organizacionais, ou legais", não for possível impedir a participação de atletas russos, o COI pede que eles não possam ser "autorizados a participar como Rússia, ou Belarus".
A questão é particularmente urgente para os Jogos Paralímpicos, que começam na sexta-feira em Pequim.
"Quando, em circunstâncias muito extremas", a adoção destas medidas "não for possível no curto prazo por razões organizacionais ou legais, o COI deixa para a organização buscar seu próprio caminho", acrescentou a organização, reiterando seu "pleno apoio ao Comitê Paralímpico Internacional (CPI) e aos Jogos".
Quebrando sua tradicional exigência de neutralidade dos atletas, o COI saudou "os muitos apelos à paz lançados por atletas, autoridades esportivas e membros da comunidade olímpica mundial. O COI admira e apoia, em particularmente, os pedidos de paz dos atletas russos".
ama/iga/tt
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