Neymar pode ter no Qatar sua última chance de conquistar a Copa do Mundo
Neymar se preparou ao máximo para brilhar na Copa do Mundo do Qatar, onde pode ter sua última chance de se sagrar campeão mundial e de conquistar o Brasil definitivamente.
Aos 30 anos, o camisa 10 chega em grande fase para o torneio em que a seleção é uma das favoritas ao hexacampeonato, após terminar as eliminatórias sul-americanas como líder invicta (com pontuação recorde de 45 pontos em 17 jogos).
O astro do Paris Saint-Germain teve uma primeira metade de temporada empolgante, que o técnico brasileiro Tite atribui ao seu trabalho disciplinado no clube parisiense e com os preparadores físicos.
"Ele está voando, está jogando muito. É fruto de toda essa preparação", disse o técnico em setembro.
Neymar superou os rumores que o colocavam longe do PSG este ano e protagonizou seu melhor começo de temporada, com oito gols e seis assistências nos primeiros cinco jogos, se sobressaindo em relação a Lionel Messi e Kylian Mbappé.
O atacante desembarcará no Qatar com a possibilidade de superar Pelé como maior artilheiro da história da seleção brasileira. Ele atualmente acumula 75 gols, dois a menos que o 'Rei'.
A Copa do Mundo deste ano também pode ser a última do atacante. Isso porque, recentemente ele mesmo declarou que pode não ter força mental para aguentar mais uma processo de preparação para o torneio.
Focado
Nas eliminatórias, Neymar foi o vice-artilheiro com oito gols marcados, ficando atrás do boliviano Marcelo Moreno (que marcou 10 vezes). Ele também deu oito assistências nos dez jogos que disputou, criando boas parcerias com Richarlison e Lucas Paquetá.
"Com o Neymar bem, nós temos aí uma chance muito grande de ganhar a Copa do Mundo, porque Neymar é um jogador diferenciado, é um jogador que realmente faz a diferença dentro de campo", disse Cafu à AFP.
Em um recorte recente Neymar conseguiu evitar novas lesões, irregularidades e sanções como as que já abalaram uma carreira que muitos previam que fosse mais vitoriosa a esta altura, com Copa do Mundo e Bola de Ouro incluídos.
Esses fatores influenciaram atuações menos empolgantes do que o esperado em torneios com a seleção, incluindo as duas Copas do Mundo que disputou (2014 e 2018).
Uma pancada do colombiano Camilo Zúñiga nas costas provocou uma fratura na vértebra e o fez sair de maca nas quartas de final no Mundial do Brasil de 2014, o tirando do fatídico 7 a 1 contra a Alemanha nas semifinais. E na Rússia, em 2018, não conseguiu evitar a vitória da Bélgica por 2 a 1.
Neymar ficou de fora da Copa América de 2019, vencida pelo Brasil, devido a uma ruptura de ligamento no tornozelo direito, mas esteve em campo na final de 2021 do mesmo torneio, quando a seleção brasileira foi derrotada pela Argentina de Messi, em pleno Maracanã.
Apesar disso, ao longo de seu período na seleção, o camisa 10 já comemorou as conquistas da Copa das Confederações de 2013 e a medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
"Eu vejo Neymar com talento, com arte, com uma fantasia espetacular. Ele pode ser o camisa dez que faça uma grande Copa do Mundo no Catar. Espero que esteja inspirado para que assim o Brasil tenha uma possibilidade maior de chegar à final", disse à AFP o ex-atacante da seleção brasileira Careca, que disputou as Copas do Mundo do México-1986 e Itália-1990.
Polêmicas fora de campo
Embora com a bola nos pés tudo tenha corrido bem, fora dos gramados ele continua alimentando seu histórico polêmico, justamente em um momento em que parecia se reconciliar com a torcida do Brasil.
Os torcedores o aplaudiram no último jogo da seleção no Maracanã pelas eliminatórias sul-americanas (4 a 0 contra o Chile), em março.
A 'reconciliação' de Neymar no Maracanã parecia ser o começo de uma nova fase entre o jogador e a torcida, depois de polêmicas incluindo denúncias violência sexual, processos judiciais, simulações nos gramados e supostos desentendimentos com Mbappé.
Entretanto, seu último ato extra-futebol, o apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de outubro, voltou a acender a fogueira em um Brasil altamente polarizado.
"Seria maravilhoso: Bolsonaro reeleito, Brasil campeão e todo mundo feliz", disse ele ao acompanhar, de Paris, um evento de campanha, no qual prometeu dedicar ao presidente o primeiro gol no Qatar.
O apoio político acabou gerando uma nova onda de críticas a Neymar, que agora vê sua relação com parte da torcida estremecida.
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