Portugal se esforça para minimizar caso Cristiano Ronaldo
Ás vésperas da viagem para disputar a Copa do Mundo de 2022, Portugal tenta minimizar o impacto em sua seleção da polêmica causada por seu astro Cristiano Ronaldo, em conflito aberto com seu clube, o Manchester United.
"Não há mal-estar", "Santos minimiza", "seleção imunizada"... Nesta quinta-feira, a maioria das manchetes da imprensa portuguesa reproduziam as declarações tranquilizadoras feitas no dia anterior pelo treinador Fernando Santos sobre a entrevista exclusiva em que o cinco vezes vencedor da Bola de Ouro atacou os dirigentes do United e seu técnico Erik ten Hag.
"É um assunto privado, que o afeta, não chega à seleção", insistiu o treinador de 68 anos durante uma coletiva de imprensa antes do jogo preparatório para a Copa do Mundo contra a Nigéria, nesta quinta-feira em Lisboa (15h45, horário de Brasília).
Ronaldo não consultou o treinador nem a Federação Portuguesa antes de conceder a entrevista, "e não precisava", insistiu Santos.
- "Não ligamos muito" -
"Não ligamos muito para isso. Temos de respeitar a decisão dele. O mais importante é estarmos todos juntos para representar a seleção da melhor forma", afirmou o jovem defensor Antonio Silva.
A poucos dias para o início da Copa do Mundo do Catar, a entrevista de 'CR7' concedida ao famoso apresentador Piers Morgan na TalkTV, em um novo episódio deveria ser exibida na noite desta quinta-feira na Grã-Bretanha, provocou um incêndio no mundo do futebol, que tem os olhos voltados para o capitão português e sua equipe, o Manchester United.
Nessa entrevista, cujos primeiros trechos foram divulgados no domingo, o atacante de 37 anos falou abertamente sobre sua situação nos 'Red Devils', e disse se sentir "traído". CR7 também criticou duramente seu técnico Erik ten Hag e os proprietários do club, a quem acusa de quererem descartá-lo.
Na Inglaterra, na opinião de Gary Neville, ex-companheiro do português no United, não deve haver ilusões sobre o futuro de Ronaldo no seu clube: "Concordo com algumas coisas que o Cristiano disse, e muitos torcedores do Manchester United" vão estar de acordo com muitas das coisas que Cristiano disse, mas a realidade é que se você é funcionário de uma empresa e diz esse tipo de coisa, seu trabalho deve ser encerrado e o Manchester United deve fazer isso nos próximos dias".
No que diz respeito ao Mundial, a análise da imprensa esportiva portuguesa atinge o otimismo de Fernando Santos.
"Esta entrevista não só terá forte repercussão em Manchester, onde Cristiano não voltará a jogar, como também terá consequências para a seleção nacional", porque a polêmica monopoliza as atenções "nesta última semana de preparação", escreveu preocupado o jornal esportivo 'A Bola' em seu editorial.
O desafio é "fazer com que todo o grupo se concentre no futebol, nos jogos da seleção e nos seus objetivos", alerta o jornal, enquanto o Record, outro jornal, aponta perguntas sem respostas.
- "Perguntas incômodas" -
"Nessa entrevista não há perguntas incômodas", observa o vice-diretor do jornal esportivo. E acrescenta: "Resta saber o que Ronaldo pensa que fez de errado nesta matéria e por quem foi aconselhado".
Nesse contexto, a ausência de CR7 para a partida de preparação contra a Nigéria devido a uma gastrite alimentou todas as especulações. "Com Cristiano, tudo levanta dúvidas. Mas não, ele realmente tem esse problema que o impede de treinar", precisou Fernando Santos.
Na tarde de quarta-feira, o cinco vezes vencedor da Bola de Ouro também faltou à visita do primeiro-ministro Antonio Costa, que se deslocou à "Cidade do Futebol", centro de treinamento de Portugal localizado na zona oeste de Lisboa, para desejar boa sorte à seleção portuguesa.
"Há muitas controvérsias sobre esta Copa do Mundo, mas só há uma coisa que não é polêmica, que estamos todos apoiando a seleção", disse ele aos jogadores em campo durante um treino.
Sem o capitão, Portugal enfrenta a Nigéria antes de voar para o Catar nesta sexta-feira, onde iniciará a Copa do Mundo em 24 de novembro contra Gana. Depois enfrenta Uruguai e encerra a fase de grupos contra a Coreia do Sul no Grupo H.
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© Agence France-Presse
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