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No Qatar, presidente da Fifa critica a 'hipocrisia' dos países ocidentais

19/11/2022 10h51

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, declarou que se sente "árabe, gay e trabalhador migrante", neste sábado em Doha, durante entrevista coletiva na véspera da abertura da Copa do Mundo do Qatar, na qual criticou o que chamou de "hipocrisia" e "lições de moral" dos países ocidentais.

"O que acontece neste momento é profundamente injusto", declarou diante de 400 jornalistas no centro de imprensa do Mundial.

"As críticas pelo Copa do Mundo são hipócritas. Pelo que nós, europeus, fizemos durante os últimos 3.000 anos deveríamos pedir perdão pelos próximos 3.000 antes de dar lições de moral aos outros. Estas lições de moral são simplesmente hipocrisia", insistiu, antes de responder às perguntas dos repórteres.

Infantino citou os artigos publicados por jornais da Espanha, Inglaterra e França que descreveram alguns torcedores asiáticos como "torcedores falsos" por expressarem apoio às grandes seleções do torneio poucos dias antes do Mundial.

"Isto é puro racismo, cada um no mundo tem o direito de apoiar a equipe que desejar", acrescentou o dirigente.

No final da entrevista coletiva, Bryan Swanson, diretor de relações com a imprensa da Fifa, tomou a palavra.

"Eu gostaria de dizer algo aproveitando esta plataforma", declarou o escocês. "Estou sentado aqui, no Catar, em uma posição privilegiada, diante do mundo inteiro, como pessoa gay", afirmou, defendendo seu chefe das "críticas" que procedem "especialmente da comunidade LGBTQ+".

"Recebemos garantias de que todos serão bem-vindos e acredito que todos serão bem-vindos nesta Copa do Mundo. Por Gianni não ser gay, isto não significa que ele não se importe com o assunto", complementou o ex-repórter da Sky Sports, que assumiu o cargo na Fifa em agosto de 2021.

Quem deve ser o 'camisa 9' da seleção brasileira na Copa do Mundo?

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