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Com ou sem Neymar, vencer o Brasil é possível, garantem torcedores suíços e camaroneses

25/11/2022 20h49

Suíça e Camarões fizeram na quinta-feira uma partida longe de ser empolgante que terminou em uma vitória magra dos europeus por 1 a 0 no estádio Al Janoub, em Doha, na estreia de ambos na Copa do Catar.

Mas apesar da pouca criatividade mostrada em campo e as raras chances reais de gol, torcedores das duas seleções se mostraram confiantes mesmo sabendo que estão em um difícil Grupo G que conta também com o pentacampeão Brasil, que mostrou força na vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia.

A ausência de Neymar, que machucou o tornozelo direito nessa partida e desfalcará o Brasil contra a Suíça e provavelmente contra Camarões, não altera a confiança dos torcedores das duas seleções.

Marcel Rohner, de 53 anos, da cidade de St.Gallen, vai assistir a todos os jogos da Suíça na primeira fase. E já está pensando no próximo adversário.

"O jogo contra o Brasil será mais difícil mas não temos medo, hein! Temos uma equipe muito boa", garantiu o torcedor, enrolado em uma bandeira de seu país.

"Os brasileiros têm valores individuais incríveis. O futebol está no sangue dos jogadores e a torcida é louca, apaixonada", elogiou.

Rohner se mostrou satisfeito com a vitória suada contra Camarões e atribuiu a dificuldade ao nervosismo, natural na estreia. "Ganhamos 3 pontos. Isso é o mais importante. Estou muito contente". 

Outro suíço, Christian Dousse, de 61 anos, é um consultor de RH apaixonado por futebol que já esteve com seus amigos nas Copas de 2006 na Alemanha, 2014 no Brasil e 2018 na Rússia, além de várias edições da Eurocopa. Ele também está confiante mesmo após a tímida vitória sobre os camaroneses.

"Nosso grupo é muito difícil. Camarões tem uma boa equipe e jogou melhor no primeiro tempo. Mas felizmente temos o goleiro Yann Sommer que fez grandes defesas e nosso time melhorou no segundo tempo", explicou ele.

Segundo Dousse a força do Brasil não se resume ao talento de Neymar. "Nós sabemos que o Brasil é muito forte tecnicamente, tem muito apoio de sua torcida. Eles serão os favoritos mas podemos surpreender", alertou.

- Camaroneses não jogam a toalha -

Thierry, empresário camaronês de 48 anos, lamentou a derrota mas não desanimou. "Acho que faltou velocidade e garra em momentos importantes porque o time fez um bom primeiro tempo", analisou.

O camaronês acredita até o fim. "Eu espero que Camarões vença o Brasil. A gente pode ganhar. Vai ser 2 a 1. Eu estarei lá no estádio de novo e sei que as chances de Camarões avançar na Copa continuam intactas", garante.

Já Clarence, de 43 anos, parece mais comedido. "Acho que na Copa do Mundo tudo é possível. Se a Arábia Saudita conseguiu vencer a Argentina, nós podemos avançar à segunda fase, como fizemos em 1990", quando a seleção camaronesa de Roger Milla venceu a seleção de Diego Maradona na estreia e ainda conseguiu chegar às quartas de final.

"Somos 'outsiders'. Acho que não temos uma boa defesa, é o nosso ponto fraco. Mas temos capacidade mental para conseguir seguir adiante", completou.

Entre os camaroneses há um consenso de que os erros táticos precisam ser corrigidos a tempo pelo técnico Rigobert Song.

É o que pensa Van, de 26 anos, um eletricista que mora no Catar há 5 anos. Ele apontou as falhas de seu time na estreia mas ainda acredita numa reação: "Acho que os atacantes ficaram isolados nesse jogo, e é importante que os jogadores fiquem próximos um do outro e deem passes curtos. Se acertarem isso, acho que vamos melhorar no segundo jogo, contra a Sérvia".

Sobre a partida contra o favorito Brasil, a última da fase de grupos, Van acha necessária uma marcação intensa sobre uma equipe que, segundo ele, tem muitos craques além de Neymar: "Não podemos dar espaço para os jogadores do meio para frente. Eles são muito criativos e habilidosos e sempre podem gerar perigo".

O Brasil enfrenta a Suíça na próxima segunda-feira no Estádio 974 às 13h00, horário de Brasília. O duelo contra Camarões acontecerá na sexta-feira, dia 2 de dezembro, no Estádio Nacional de Lusail às 16h00.

aam/am

© Agence France-Presse