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Federação Iraniana pede à Fifa demissão de Klinsmann por comentários preconceituosos

27/11/2022 05h51

A Federação Iraniana de Futebol pediu neste domingo (27) a demissão do alemão Jurgen Klinsmann do grupo de estudos técnicos da Fifa após o ex-jogador acusar a seleção do Irã de influenciar o árbitro  na vitória por 2 a 0 sobre o País de Gales, na sexta-feira (25).

"Não é por acaso. É de propósito. Faz parte da cultura deles, é assim que jogam. Eles trabalham o árbitro (...), o bandeirinha, o quarto árbitro. Eles fazem você perder a concentração", disse à BBC o ex-treinador de Alemanha e Estados Unidos, adversário do Irã na terceira rodada da fase de grupos da Copa do Catar, na próxima terça-feira (29).

"Ao mesmo tempo em que fez várias considerações infelizes sobre a seleção iraniana e sua comissão técnica, Klinsmann fez julgamentos sobre a cultura iraniana (...) a Federação Iraniana de Futebol pediu esclarecimentos à Fifa e exigiu um pedido de desculpas e a demissão de Klinsmann do grupo de estudos técnicos da Fifa", escreveu o órgão iraniano em um comunicado no domingo.

"Mesmo que você não me conheça pessoalmente, você questiona meu caráter com um típico preconceito de superioridade", reagiu o técnico do Irã, Carlos Queiroz, no Twitter.

"Não importa o quanto eu possa respeitar o que você fez em campo, essas declarações sobre a cultura iraniana, sobre o time iraniano e meus jogadores são uma vergonha para o futebol", acrescentou. "Claro que ninguém pode prejudicar a nossa integridade se não estiver ao nosso nível", encerrou o Queiroz.

- "Nunca critiquei o Carlos" -

O Grupo de Estudos Técnicos da Fifa (TSG) é responsável por analisar todas as partidas da Copa do Mundo e relatar as principais tendências de jogo e táticas.

A entidade iraniana convidou Klinsmann a "visitar" o centro de treinamento da seleção no Catar para ter "uma aula sobre a história milenar persa e os valores do futebol e do esporte".

A instituição "promete que, como alemão, Klinsmann não será julgado pelo episódio mais vergonhoso da história da Copa do Mundo (...) quando a Alemanha Ocidental e a Áustria fraudaram um resultado".

Horas mais tarde, o ex-atacante recuou em suas declarações à BBC.

"Nunca critiquei o Carlos (Queiroz) nem o banco de reservas iraniano", começou. "Alguns até pensaram que eu estava criticando o árbitro porque ele não fez nada sobre o comportamento no banco", continuou.

"Tudo o que descrevi foi sua maneira emocional de fazer as coisas, o que é admirável de certa forma", disse ele. 

"Todo o banco vive o jogo. Eles saltam e o Carlos é um treinador muito emotivo, está sempre atento para tentar dar energia aos seus jogadores", concluiu.

O Irã ocupa a segunda colocação no Grupo B do Mundial e jogará na próxima terça-feira contra os Estados Unidos, um dos duelos decisivos não só para garantir quem se classifica às oitavas de final, mas também pelo histórico político e social entre os dois países.

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© Agence France-Presse