Copa: homem com bandeira do arco-íris invade campo no jogo Portugal-Uruguai
Um homem com uma bandeira do arco-íris e vestindo uma camiseta com mensagens a favor das mulheres iranianas e contra a guerra na Ucrânia invadiu o campo durante a partida entre Portugal e Uruguai, disputada nesta segunda-feira (28) no estádio Lusail.
Depois de atravessar o gramado duas vezes correndo, ele foi detido pela segurança do estádio e escoltado com tranquilidade por dois agentes.
O protesto ocorre em um contexto de fortes críticas ao Catar, a sede da Copa do Mundo, pelo descumprimento de direitos fundamentais, sobretudo em relação à comunidade LGBTQ+. No país, a homossexualidade é perseguida judicialmente.
A cena pôde ser vista muito rapidamente na transmissão da televisão.
O episódio repercutiu nos Estados Unidos, cuja seleção disputa uma partida decisiva contra o Irã na terça-feira.
"Estamos preocupados pelo tratamento que os espectadores e atletas LGBT+ podem receber", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. "Instamos o Estado do Catar e a todos os cataris que façam suas as palavras do emir, dando as boas vindas a todos na Copa do Mundo", acrescentou.
A Fifa, por sua vez, não quis comentar o incidente.
Os capitães de sete seleções europeias anunciaram a iniciativa de usar braçadeiras com um coração de arco-íris e o termo "One Love" durante o torneio, como parte de uma campanha a favor da diversidade.
No entanto, voltaram atrás após a Fifa ameaçar aplicar contra eles sanções, incluindo cartões amarelos.
Alguns fãs também denunciaram que não puderam entrar nos estádios por vestirem roupas com mensagens a favor da comunidade LGBTQ+.
- Irã e Ucrânia -
O ministro britânico de Esportes, Stuart Andrew, anunciou que usará a braçadeira arco-íris durante o jogo de terça-feira entre Inglaterra e País de Gales.
Por sua vez, integrantes da seleção iraniana protagonizaram o início da Copa ao não cantarem o hino de seu país, na partida contra Inglaterra, como gesto de apoio aos protestos que agitam a República Islâmica há dois meses.
As manifestações começaram após a morte da jovem Masha Amini, de 22 anos, em 16 de setembro, enquanto estava detida pela polícia da moral iraniana, por descumprir o estrito código de vestimenta imposto às mulheres.
O jogo Portugal-Uruguai foi arbitrado pelo iraniano Alireza Faghani.
Na parte da frente da camisa do indivíduo que invadiu o campo, havia o símbolo do Superman e a inscrição "Save Ukraine" (Salve a Ucrânia), em referência à invasão que o país europeu sofre desde o fim de fevereiro, por parte da Rússia.
alu-pve-pel-ng/mcd/iga/ic/mvv
© Agence France-Presse
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