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EUA vence Irã (1-0) e vai enfrentar Holanda nas oitavas da Copa do Mundo

29/11/2022 18h05

Com um gol da estrela da equipe, Christian Pulisic, os Estados Unidos conseguiram uma vitória angustiante por 1 a 0 sobre o Irã nesta terça-feira em um duelo de alta tensão e garantiu sua classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo do Catar.

Pulisic, atacante do Chelsea, marcou aos 38 minutos para os americanos, que terminaram em segundo lugar no Grupo B, atrás da Inglaterra (que venceu o País de Gales por 3 a 0) e agora vão enfrentar a Holanda nas oitavas, no sábado.

A Inglaterra (com 7 pontos), que venceu o País de Gales por 3 a 0, terminou na liderança do grupo, seguida pelos Estados Unidos (5 pontos), Irã (3) e País de Gales (apenas 1). 

"USA! USA! Que grande partida", vibrou o presidente Joe Biden ao saber do resultado durante uma viagem a Michigan. "Eles conseguiram!". Biden já havia enviado uma mensagem de apoio aos jogadores antes do jogo

O gol de Pulisic, que sofreu um forte choque no lance do gol e acabou sendo substituído, garantiu a vitória em um jogo imerso em forte carga política mas que decorreu sem incidentes entre os jogadores, que se cumprimentaram de forma amigável antes do apito inicial. 

O estádio Al Thumama, com 42.127 torcedores nas arquibancadas, era uma panela de pressão, sem um segundo de trégua nas arquibancadas, em um ambiente ensurdecedor misturado à tensão natural de uma Copa do Mundo e décadas de inimizade política. 

Os Estados Unidos só precisavam da vitória para avançarem às oitavas de final, enquanto ao Irã bastava um empate.

Além do significado futebolístico, a partida foi cercada de tensão devido à história conflituosa entre os dois países, que romperam relações diplomáticas após a Revolução Islâmica no Irã em 1979, e devido aos atuais protestos contra o regime de Teerã motivados pela morte de uma jovem sob custódia policial. 

Os jogadores iranianos voltaram a cantar sem entusiasmo o hino nacional, como haviam feito na segunda partida. Na estreia diante da Inglaterra eles se recusaram a fazê-lo, num gesto interpretado como solidariedade diante das manifestações duramente reprimidas em seu país. 

Para a seleção norte-americana, ausente na Copa da Rússia-2018, o jogo também teve uma enorme importância, já que pode dar uma injeção de esperanças ao país para o Mundial que co-organizará em 2026, com Canadá e México.

O início do jogo deu lugar a uma sinfonia avassaladora e ininterrupta de vuvuzelas, assovios e cânticos. 

Lutando para dominar o ambiente, a torcida iraniana, maioria barulhenta nas arquibancadas, tentou abafar os gritos de 'USA!' toda vez que emergiam. 

Os Estados Unidos, que se sentem mais à vontade dando a iniciativa ao adversário e explorando a verticalidade de seus jovens jogadores, tinham o desafio de construir jogadas e oportunidades.

- Final dramático - 

Sob o comando de Adams e McKennie no meio-campo, a seleção norte-americana conseguia triangular com certa facilidade na área adversária, mas não transformou em gol as primeiras chances de Yunus Musah, Pulisic e Tim Weah. 

O Irã deu apenas um pequeno susto aos 20 minutos com uma bola nas costas do zagueiro Cameron Carter-Vickers, grande novidade no time titular, mas seu companheiro Tim Ream conseguiu superar na corrida o perigoso Sardar Azmoun. 

Os avanços americanos renderam frutos aos 38 minutos com um passe longo de McKennie para Sergiño Dest que invadiu pela direita. Dest cruzou de cabeça na chegada pelo meio de Pulisic, que conseguiu finalizar antes de se chocar com violência com o goleiro Alireza Beiranvand.

Jogadores e torcedores americanos comemoravam intensamente o gol, enquanto Pulisic, apelidado de 'Capitão América' pelas vezes que salvou seu time, era atendido no gramado devido ao choque. 

O atacante, que quer se reerguer no Catar após meses difíceis no Chelsea, voltou a campo depois de marcar seu primeiro gol na Copa do Mundo, mas acabou sendo substituído no intervalo. 

De volta do vestiário, o veterano técnico Carlos Queiroz ordenou que o Irã avançasse as linhas e não demorou para que colocassem em apuros a dupla de zagueiros americanos, que nunca haviam jogado juntos.

O estreante Saman Ghoddos teve duas grandes chances quase consecutivas, primeiro com uma cabeçada alta após superar Dest e depois com um voleio de primeira que foi para fora, raspando a trave. 

Defendendo com unhas e dentes o resultado que buscavam, os Estados Unidos fizeram mudanças defensivas para se fechar atrás, mas não conseguiram evitar dois últimos grandes sustos nos acréscimos: uma cabeçada de Morteza Pouraliganji que raspou a trave e um lance em que Mehdi Taremi e seus companheiros pediram pênalti. 

Os Estados Unidos sobreviveram à final dramática e voltarão às oitavas de final com a geração mais promissora de sua história.

gbv/dr/aam

© Agence France-Presse