Holanda-EUA: um duelo de invictos abre as oitavas de final da Copa do Mundo
Holanda e Estados Unidos, seleção que vive um suspense devido à lesão de seu astro Christian Pulisic, abrem as oitavas de final da Copa do Catar-2022 neste sábado em um duelo atraente entre duas equipes que buscam mostrar seu valor após ficarem de fora do último Mundial.
Tanto a seleção holandesa, que terminou na liderança do Grupo A com 7 pontos, quanto a norte-americana, segunda do Grupo B com 5, chegam invictas ao confronto no estádio Khalifa, em Doha, às 18h locais (12h de Brasília).
A 'Laranja Mecânica', em sua terceira fase comandada por Louis van Gaal, não mostrou um futebol brilhante até aqui, mas só cedeu um empate, contra o Equador, e fez bem seu dever de casa na fase de grupos.
A Holanda, que nunca conquistou a taça, tem por outro lado uma estatística positiva em Copas: nunca foi eliminada na primeira fase em suas 11 participações.
O seu emblemático jogo ofensivo perdeu destaque na reinvenção de Van Gaal, que agora confia na força da defesa comandada por Virgil van Dijk (Liverpool), um dos melhores zagueiros do mundo.
O técnico de 71 anos compensou a falta de talento no ataque com a chegada de Cody Gakpo que, aos 23 anos, mostrou estar pronto para jogar em uma das principais ligas europeias.
O ponta do PSV Eindhoven marcou três gols até o momento e faz parte do quinteto de artilheiros da Copa do Mundo ao lado de Morata (Espanha), Mbappé (França), Rashford (Inglaterra) e Valencia (Equador).
Apenas três ilustres holandeses haviam conseguido marcar antes em três jogos consecutivos de Copas do Mundo: Johan Neeskens (1974), Dennis Bergkamp (1994) e Wesley Sneijder (2010).
Van Gaal também espera melhorar a sua produção ofensiva nas eliminatórias com a recuperação de Memphis Depay, que já foi titular na última vitória contra o Catar (2-0) após uma lesão na coxa.
No meio-campo Frenkie de Jong tem total confiança de Van Gaal, algo que lhe falta no Barcelona do técnico Xavi Hernández, e foi eleito o melhor jogador (MVP) dos três jogos da Holanda neste Mundial.
- A hora de Dest -
Do outro lado os Estados Unidos vêm de um jogo dramático, em que sofreram até o último minuto para vencer o Irã (1-0) e garantir o objetivo mínimo de chegar às oitavas.
Alcançar as quartas de final pela primeira vez desde 2002 seria um grande impulso para o 'Team USA', que precisa que sua equipe, que tem a segunda menor média de idade do torneio no Catar, acumule experiência para a Copa do Mundo que organizará em 2026 juntamente com México e Canadá.
O seu grande destaque, Christian Pulisic, marcou o gol decisivo contra o Irã, mas no mesmo lance se chocou violentamente com o goleiro iraniano, o que lhe causou uma contusão pélvica. A lesão o obrigou a ir para o hospital e coloca em dúvida sua presença nas oitavas.
A outra grande incógnita do técnico Gregg Berhalter para a equipe titular é a posição de centroavante. Josh Sargent, do Norwich City, foi titular em dois dos três jogos, mas sente dores no tornozelo direito.
Seu eventual substituto seria Haji Wright (Antalyaspor), que foi titular no segundo jogo, contra a Inglaterra (0-0), mas também está disponível o jovem colombiano-americano Jesús Ferreira (FC Dallas), ansioso para estrear num Mundial, aos 21 anos.
O duelo terá um significado especial para o lateral Sergiño Dest, que vem ganhando destaque com grandes atuações no Catar após sua saída do Barcelona e suas atuações escassas no Milan.
Dest, 22 anos, nasceu em Almere, na Holanda, filho de mãe holandesa e pai americano. O lateral cresceu na Holanda, treinando na academia de juniores do Ajax, mas os Estados Unidos se anteciparam ao convocá-lo para suas seleções de base desde muito jovem e acabaram fazendo com que ele optasse por jogar pelo 'Team USA'.
O lateral é uma das promessas americanas, junto com Gio Reyna, Tim Weah e Yunus Musah, que dão esperanças ao país antes do Mundial que vai sediar em 2026.
gbv/psr/aam/cb
© Agence France-Presse
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