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Corrida de São Silvestre fecha o ano esportivo em São Paulo em meio a homenagens a Pelé

30/12/2022 18h00

Cerca de 32 mil corredores participam neste sábado da 97ª edição da corrida de São Silvestre de São Paulo, maior prova urbana da América Latina, com atletas africanos novamente na disputa pelo pódio e em meio à tristeza que toma conta do Brasil desde a morte de Pelé, na quinta-feira. 

Na tradicional prova, corredores profissionais e amadores percorrerão 15 quilômetros pela metrópole, dois dias depois que o "rei" do futebol Pelé morreu de câncer em São Paulo aos 82 anos, e apesar de o Brasil estar de luto oficial até sábado. 

Esta edição da São Silvestre será realizada sem restrições, depois das medidas sanitárias implantadas devido à pandemia de covid-19 no ano passado, quando foi retomada após a suspensão em 2020. 

Na última edição, o número de corredores, que tiveram de apresentar testes negativos para covid-19, limitou-se a 20 mil, bem abaixo dos mais de 30 mil que costumam participar. 

Desta vez, o desafio pode ser o clima, com possibilidade de chuva e um ambiente pesado e úmido, enfatizaram os organizadores. 

Como de praxe, a São Silvestre terá sua largada e chegada na Avenida Paulista. 

A competição terá início às 7h25 da manhã, com participantes em cadeiras de rodas, seguidos pela elite feminina. Os atletas masculinos vão largar a partir das 8h, juntamente com o pelotão geral.

- Hegemonia africana -

Os estrangeiros têm historicamente dominado a prova, desde a sua internacionalização. Desde as últimas vitórias de brasileiros, em 2006 entre as mulheres e em 2010, entre os homens, a hegemonia tem sido africana. 

Na prova deste sábado, estarão ausentes os campeões do ano passado: o etíope Belay Bezabh, que venceu com 44 minutos e 54 segundos; e a queniana Sandrafelis Chebet Tuei, que cruzou a linha de chegada com 50 minutos e 6 segundos, 14 centésimos. 

Ambos repetiram em 2021 o triunfo obtido em 2018. 

Outros africanos vão lutar por um lugar no pódio.

Na categoria elite masculina, o tanzaniano Joseph Panga, campeão da meia maratona de Dodoma, em seu país; os ugandenses Andrew Kwemoi (meia maratona de Lille 2022, França) e Maxwell Rotich (meia maratona Azkoitia Azpeitia Diego Garcia, Espanha 2022), e o etíope Tilahun Kigussie (maratona internacional de São Paulo 2022), entre outros. 

Na elite feminina, a etíope Kabebush Yisma (vencedora da maratona internacional de São Paulo e Rio de Janeiro, 2022); a queniana Vivian Kiplagati (bicampeã internacional da Pampulha, Brasil 2021/2022); e a tanzaniana Jackline Sakilu (meia maratona de Dodoma 2022). 

Enquanto isso, os brasileiros vão continuar buscando alcançar melhores posições, após terem conquistado no ano passado seu melhor desempenho na prova dos últimos anos.

Daniel Nascimento e Jenifer do Nascimento ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. 

Jenifer buscará neste sábado aprimorar sua marca para voltar a ficar entre as primeiras. 

Promovida pelo jornalista Cásper Libero, a primeira São Silvestre foi disputada na noite de 31 de dezembro de 1924, após o fundador do jornal Gazeta Esportiva assistir a uma corrida noturna em Paris. 

A prova, batizada com o nome do santo falecido em 31 de dezembro, foi realizada todos os anos sem interrupção, até a pandemia de 2020. 

Com o tempo, a corrida foi deixando seu horário noturno original. Em 1989 foi realizada no período da tarde por questões de segurança, e desde 2012 é realizada na parte da manhã para evitar as altas temperaturas do verão paulista.

mls/app/cl/aam

© Agence France-Presse