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Argentinos preferiam volta de Messi ao Barça mas apoiam decisão de jogar nos EUA

Messi levanta a taça da Copa do Rei pelo Barcelona como capitão - RFEF/RFEF/Handout via REUTERS
Messi levanta a taça da Copa do Rei pelo Barcelona como capitão Imagem: RFEF/RFEF/Handout via REUTERS

07/06/2023 20h36

Na Argentina, muitos torcedores preferiam que o craque Lionel Messi voltasse ao Barcelona, mas apoiam que ele vá "aonde o tratem bem", depois de saberem nesta quarta-feira (7) que o campeão mundial na Copa do Catar-2022 com a 'Albiceleste' escolheu o Inter Miami.

O presidente da Associação Argentina de Futebol (AFA), Claudio Tapia, escreveu no Twitter: "Leo, onde quer que você vá, nós o seguiremos! Se você está feliz, nós também. A partir de hoje, o Inter Miami tem um novo torcedor".

A reação quase unânime também foi de respirar aliviado pelo fato de o artilheiro e capitão da seleção argentina seguir de olho na Copa América-2024 e, quem sabe, no Mundial dos Estados Unidos, Canadá e México, que será disputado em 2026, e que não irá para o futebol da Arábia Saudita, outro destino que vinha sendo cogitado.

"Gostei que ele vá embora do Paris Saint-Germain pela forma como o trataram. No Barcelona ele é amado. Mas como é o Messi em todos os lugares o recebem bem", disse à AFP Matías Carrizo, um vendedor ambulante de 26 anos.

O astro do futebol mundial anunciou nesta quarta-feira que tomou a decisão de assinar com a franquia que tem como um dos donos David Beckham, da liga profissional americana (MLS), embora tenha admitido que ainda não fechou o acordo "100%".

"É claro que gostaríamos de ver Messi terminar sua carreira no Barcelona, que é seu lugar no mundo, mas as pressões e exigências no Barça são muito grandes e talvez Messi não queira mais isso", disse à AFP o jornalista Daniel Guiñazú, do jornal Página/12.

Ele considerou que a decisão de Messi foi por "um ambiente favorável e mais amigável, que não é a Arábia Saudita onde lhe pagariam 600 milhões de dólares mas iria para uma cultura que não é a dele".

Em carta aberta aos torcedores do PSG no portal Infobae, o jornalista Alberto Amato lamentou sua atitude: "Gente, o problema de vocês é ter menos estrada (sabedoria popular) do que um monge. Tinham Messi no mesmo time, Mbappé e Neymar, e sempre reclamaram".

"Boicotaram da arquibancada um time que poderia ter sido campeão de tudo com um pouco mais de tempo", disparou Amato.

Mudança de continente

O jornalista esportivo Sebastián Varela del Río disse no Twitter: "Seguiremos Messi aonde quer que ele vá porque temos uma dívida impagável com ele. Nunca poderemos igualar a felicidade que ele nos deu. Por isso, diante de tamanha evidência, a única certeza é o dever de lealdade. Isso será para sempre, como a copa dourada de Lusail", estádio de Doha onde o astro conquistou o tricampeonato mundial.

"Messi pode escolher o destino que quiser. Os Estados Unidos não têm uma tradição futebolística muito importante, mas Messi pode ir a qualquer lugar. Me parece que é uma estratégia. É outro continente, não é a Europa. Talvez seja onde procura ficar mais calmo", disse à AFP Sandra Oldani, uma funcionária de 60 anos.

O jornalista Hernán Cabrera, que acompanha a campanha do Newell's Old Boys, clube argentino onde Messi deu seus primeiros passos em Rosario, sua cidade natal, ficou perplexo com a decisão do capitão albiceleste: "Agora que vem a Copa América (2024), achei que ele ia para um campeonato mais competitivo. A realidade é que o Inter (Miami) está vivendo um péssimo momento e o futebol que se joga lá não é o melhor para quem precisa de uma competição do mais alto nível", alertou.

Para o jornalista esportivo Horacio del Prado, a decisão de Messi é "um golpe mortal para (o presidente do Barcelona) Joan Laporta, que o descartou em 2021 e não soube como corrigir seu erro em 2023 e consagra a era do futebol de mercado, liderados pelos Estados Unidos com vantagem sobre árabes e chineses".

Mas também avisou que a decisão do craque "suspende uma ilusão periférica, a de quem se pergunta: e com que idade voltará a jogar no Newell's? Aos 40, 45, 50...?".

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© Agence France-Presse