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Erick Silva exalta criação de próprio time: "Muitos foram contra"

Erick Silva comemora vitória sobre Mike Rhodes no UFC Barueri - Reinaldo Canato/UOL
Erick Silva comemora vitória sobre Mike Rhodes no UFC Barueri Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Ag. Fight

27/05/2017 08h00

 

Campeão meio-médio (77 kg) do Jungle Fight em outubro de 2010, Erick Silva chegou ao Ultimate cerca de um ano depois com o status de uma das maiores promessas do MMA nacional. Agora, passados quase seis temporadas alternando altos e baixos desde que foi contratado pelo maior torneio de artes marciais mistas do planeta, o brasileiro passou de jovem prospecto para veterano questionado pelos fãs. No entanto, o "Tigre" está confiante que o seu desempenho no esporte só tem a crescer depois que optou por fazer uma mudança radical: abandonar as renomadas equipes onde treinou e montar seu próprio time em Vitória, capital do estado onde nasceu.

Contrariando o caminho trilhado pela maioria dos atletas brasileiros, Erick decidiu abandonar equipes famosas como a X-Gym, Team Nogueira e Kings MMA para montar o seu próprio centro de treinamento no Espírito Santo. E, enquanto muitas pessoas criticaram sua escolha, o lutador fez questão de apontar que a mudança está sendo fundamental para sua preparação para o duelo contra Yancy Medeiros, marcado para o UFC 212, evento que será realizado no próximo dia 3 de junho no Rio de Janeiro. Afinal de contas, de acordo com o Tigre, ele consegue ter uma dedicação exclusiva dos treinadores no time – situação inviável em grandes academias, quando a atenção dos técnicos é dividida entre diversos atletas.

"No começo, quando eu tive essa ideia , muita gente foi contra e achou que eu estava vindo treinar na minha cidade natal para ficar na zona de conforto. E zona de conforto é o que eu menos tenho aqui. Os treinos são bem mais puxados do que em qualquer outra equipe. Não porque a minha equipe seja melhor que as outras, claro que não. Mas acho que no meu momento atual, quanto mais treinos específicos eu tiver, melhor. Buscar os melhores treinadores para ficarem aqui comigo e me dando uma atenção específica foi um tiro certo que eu dei. Isso possibilita eu me corrigir ao máximo. Os treinadores vivem em função do meu treinamento. Estou com eles diariamente, todos os dias, em todos os horários", afirmou em conversa com a reportagem da Ag. Fight.

Outro ponto fundamental que o atleta enxerga para a sua mudança de desempenho no octógono é a presença do preparador físico André Benkei em sua equipe. Segundo Erick, o técnico acompanha todos os seus movimentos e programa todos os seus treinos, sempre atento aos mínimos detalhes, fator diferencial para sua nova fase no esporte.

"O André Benkei é um cara que já treinou vários nomes famosos como Rashad Evans, Pezão, Tibau, Thiago Alves. E ele está sendo uma peça-chave no meu treinamento e para a minha equipe. O Benkei coordena tudo, desde a minha alimentação até o horário do meu descanso, o momento da minha fisioterapia, literalmente tudo. Até o médico que eu vou. Então, é um treinamento bem mais específico e acredito que isso está sendo muito importante para a minha evolução. Atualmente, eu tenho uma atenção especial que você não consegue ter quando treina em uma equipe grande porque tudo acaba dividido entre outros atletas renomados. Nesse momento, acho que eu precisava de uma galera que estivesse disposta a me ajudar a acertar cada detalhe do meu jogo", contou.

Acostumado a dividir os treinos com renomados atletas como Ronaldo "Jacaré" e Anderson Silva, por exemplo, Erick deixou claro que não sente falta da presença dos lutadores famosos em sua preparação. Até porque, de acordo com o meio-médio, os seus parceiros de sparring sempre foram escolhidos com base no biotipo do seu adversário, limitando o número de “treinos reais” com as grandes estrelas. Aliás, na opinião do brasileiro, todas as academias do mundo funcionam dessa forma.

"Quando eu treinava em outras equipes, por exemplo, dificilmente fazia sparring com o Jacaré. Ele é muito mais pesado que eu. Dificilmente fazia um sparring com o Anderson . A gente treinava junto, mas não chegava a fazer um sparring. Então, a especificidade do sparring varia muito com o tipo de atleta que você vai enfrentar. Pegamos muitos 'sparring' específicos. O Jacaré, por exemplo, usa muitos 'sparring' de uma galera iniciante mas que tem um biótipo parecido com o cara que vai lutar com ele. Com o Anderson é a mesma coisa e creio que no mundo inteiro é assim. Na Kings MMA, o Werdum e o Rafael dos Anjos faziam sparring com atletas que não eram do UFC. Para uma luta, preciso de no máximo três a quatro sparrings. Não vou ficar treinando com dez caras diferentes", explicou.

Sem subir no octógono desde setembro passado quando finalizou Luan ‘Tarzan’ no UFC Brasília, Erick está prestes a encarar uma dura batalha contra Yancy Medeiros e, pelo visto, fez o seu dever de casa. Ao analisar o jogo do havaiano, o brasileiro listou os pontos fortes do rival e deixou claro que montou sua estratégia em cima de brechas que encontrou em seu jogo.

"O Yancy Medeiros é um atleta bastante experiente e bastante completo. Temos que ficar ligados com todos os possíveis ataques dele. Ele tem bons chutes, faz trocas de base e pode lutar tanto como destro como canhoto. Precisamos ficar bem atentos a esses detalhes. Tenho que ser bastante cauteloso também com as entradas de queda, ele costuma buscar umas guilhotinas. Então, esses são alguns cuidados bem específicos que nós temos que ter porque essas são coisas que ele faz com uma certa frequência. Nós conseguimos perceber alguns cacoetes no jogo dele e montamos nossa estratégia em cima disso", finalizou.