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Demian exalta jiu-jitsu e diz: "Mayweather teria perdido para faixa-branca"

Demian Maia comemora após vencer Jorge Masvidal em luta válida pelo UFC 211 - Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images
Demian Maia comemora após vencer Jorge Masvidal em luta válida pelo UFC 211 Imagem: Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images

Ag. Fight

30/08/2017 10h00

Confirmado para enfrentar Colby Covington na próxima edição do UFC São Paulo, no dia 28 de outubro, Demian Maia garante que mesmo após o revés para Tyron Woodley em sua última apresentação, o jiu-jitsu continuará sendo sim seu carro chefe. E em curiosa análise comparativa, o paulista de 39 anos usou o duelo de boxe entre Mayweather e McGregor para se justificar.

O embate, realizado no último sábado (26), em Las Vegas (EUA), colocou frente a frente um ícone do MMA contra um dos maiores da história do boxe, e o triunfo por nocaute a favor do americano apenas garantiu o desfecho esperado. No entanto, para Demian, caso o esporte escolhido para o tira teima fosse outro, Mayweather não teria chance nem mesmo contra iniciantes.

"Acho que o jiu-jitsu ainda é a arte fundamental no MMA. Pensei algo quando vi a luta do Mayweather contra o McGregor, que o irlandês durou dez rounds. Mas se fosse o Mayweather contra um faixa-azul ou até um faixa-branca com um aninho de treino, ele teria perdido em um minuto. Não tenho dúvidas", narrou o veterano especialista na arte suave durante encontro com jornalistas brasileiros na última terça-feira (29), em São Paulo.

"Todas as ates marciais foram criadas em experiencias reais, e depois elas foram se perdendo. Aí quando você pega alguém que resgata isso e traz para o moderno, eu gosto de ver. Prefiro ver um cara estilista do que um que é bom em tudo", analisou, quase como justificativa para aprovar seu estilo no octógono, baseado inteiramente na luta agarrada.

Tanta dedicação rendeu ao brasileiro o status de dono do melhor jogo jiu-jitsu do MMA atual, o que é comprovado pelo seu cartel. Com 19 vitórias no evento, sendo nove delas por finalização, Demian está próximo de dois recordes históricos no UFC.

"São dois recordes que gostaria de bater, o número de vitórias no UFC, que eu sei que estou em segundo atrás do Bisping e junto com mais uma ou duas pessoas. Queria passar esse recorde, e com o Royce é a mesma coisa. Se eu finalizar mais uma empato com ele e mais duas eu ultrapasso. São objetivos meus hoje em dia, e buscar uma disputa de cinturão. Enquanto estiver lutando, estarei buscando o topo, e quando não for assim deixo o MMA", garantiu.

Contratado pelo maior evento de MMA do mundo em 2008, Demian conquistou a chance de disputar o cinturão em duas oportunidades. Em 2010 contra Anderson Silva e em julho passado contra Tyron Woodley. Em ambas, o brasileiro acabou derrotado em duelos mornos que acabaram vaiados pela torcida. No entanto, no último dele um fator externo pesou contra.

Com pouco tempo de treino, o veterano garante que não encontrou uma janela nas quatro semanas de preparação para aperfeiçoar seu wrestling nos EUA, prática que adotou nos últimos anos e que seria o grande responsável pela sua evolução na parte de quedas.

"Fui avisado com mais do que o dobro de antecedência em relação a luta com o Woodley, quando fui avisado com cerca de um mês… Já para essa luta fui avisado mais de dois meses antes, e esse mês faz toda a diferença. A ideia é sim fazer a parte do meu camp de wrestling que faço lá. Coincidência ou não, das últimas sete lutas que fiz só perdi uma, e foi justamente a que não treinei lá. Como analista, percebo que faz a diferença no meu tempo de entrada e de queda. São pequenas coisas e são difíceis até para eu enxergar", finalizou.