Rani Yahya se rende ao trash talking por visibilidade no UFC: "Causa polêmica"
Prestes a voltar ao octógono no UFC Orlando, marcado para o próximo dia 24 de fevereiro, nos Estados Unidos, Rani Yahya se prepara para enfrentar Russell Doane pela divisão peso-galo (61 kg). Apesar de ser atleta do Ultimate há mais de seis anos, o brasileiro garantiu que pode chegar ainda mais alto na organização e que tem capacidade para disputar o cinturão. Entretanto, para isso, o atleta deve mudar a sua estratégia para chamar a atenção do público.
Apesar dos seus bons resultados na maior organização de MMA do mundo - são nove vitórias e três derrotas -, Yahya não está escalado para enfrentar um adversário ranqueado e nunca esteve próximo de disputar o cinturão da categoria. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o brasileiro garantiu que já foi orientado pelo seu treinador e empresário do que deve fazer para mudar esse cenário: apelar para o 'trash talk'.
"Pelo tempo que eu tenho na organização, pelo número de vitórias que eu tenho, acho que mereço uma luta com um cara ranqueado. Inclusive, quero pedir isso depois que passar essa luta . Meu atual treinador e o meu atual empresário, que é o dono da American Top Team, acha que eu tenho que falar um pouco mais, que eu tenho que aparecer um pouco mais. Realmente, deixei um pouco a desejar essa questão do trabalho da imagem, na rede social e tudo. E até a questão de falar mesmo, de pegar o microfone depois da luta e desafiar, esnobar. É uma coisa que o público grande critica, mas ele acaba prestando atenção nesse tipo de coisa, porque causa uma polêmica. Então, acho que é procurar aparecer um pouco mais, acho que pode me ajudar", revelou o lutador de fala mansa.
"Bom, pretendo ser quem eu sou. Mas pretendo obter uma excelente performance na minha próxima luta e a partir daí desafiar um cara que está lá frente no ranking, que está ali para disputar o cinturão, para ver se posso furar uma fila e aparecer um pouco mais. Contar um pouco da minha história também, já estou com nove vitórias no UFC, essa minha próxima luta será minha décima vitória e é isso que eu pretendo fazer".
A meta do brasileiro é enfrentar algum dos lutadores que estão no top três da categoria: TJ Dillashaw - que é o atual campeão -, Cody Garbrant ou Dominick Cruz, de acordo com o próprio, para atrair visibilidade para o seu nome. Para atingir esse objetivo, Yahya assegurou que está no caminho certo. Isso porque o atleta tem bons resultados pela organização e está focado nos seus treinos para manter o seu número de vitórias contra Doane, no UFC Orlando.
"Acho que é um casamento de luta muito favorável para mim. Ele tem um retrospecto de derrotas por finalização, ele teve quatro derrotas por finalização na carreira dele, e eu, na minha carreira, tive 18 vitórias por finalização. Acho que sou muito bom, onde ele tem uma fraqueza. E sei os pontos positivos dele, ele é um cara que tem a mão pesada, tem algumas vitórias por nocaute. Mas acho que estou me preparando bem para não ser surpreendido nessa parte e me vejo bem nessa luta, com toda certeza", prometeu o brasileiro.
Mesmo com o bom desempenho de Rani na luta no chão, o atleta revelou que precisou se adaptar para aplicar essa modalidade no MMA, já que as competições são bem diferentes. Das 24 vitórias em sua carreira, 18 aconteceram por finalização graças a sua especialidade em jiu-jitsu, onde é faixa-preta. Apesar do bom retrospecto, o brasileiro garantiu que ainda tem o que melhorar no seu jogo dentro do octógono.
"Acho que o jiu-jitsu é a principal luta para você saber para estar no MMA. Competi no jiu-jitsu com quimono e sem quimono, e acho que a principal transição foi me adaptar a questão de derrubar os meus oponentes no meio de soco, de pontapé, chute e joelhada. Me aprimorei muito nisso, de chegar perto do meu oponente sem tomar nenhum dano, sem tomar nenhum soco. E também para finalizar, me dediquei muitos anos da minha vida fazendo isso. Posso melhorar, é claro, mas estou indo bem nessa parte de juntar o jiu-jitsu com o MMA", concluiu.
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