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Robson Gracie Jr. minimiza pressão antes de estrear no Bellator, mas alerta: "O esporte mudou"

Ag. Fight

03/09/2018 14h27

Foi-se o tempo em que o UFC era a terra dos Gracies. Ao contratar Robson Gracie Jr na semana passada, o evento rival Bellator chegou a três membros da família sob contrato. Novo representante do clã, o filho mais novo do lendário Robson afirmou, em entrevista ao site 'MMA Fighting', que se inspira no irmão mais velho Renzo para honrar o sobrenome na segunda maior organização de MMA do mundo.

Além de Robson, fazem parte da lista do Bellator Neiman e Khonry Gracie. E se o último deles não estreou bem profissionalmente, perdendo uma decisão para Devon Brock em janeiro, o novo integrante da empresa do cage circular espera se guiar pelos passos do primo Neiman, que já conta com seis vitórias na organização e segue invicto em oito combates.

"É ótimo ter tanta gente aqui para me ajudar, de tantas categorias e estilos. Era bem legal na Brazilian Top Team, agradeço ao Murilo , mas me sinto muito bem aqui com a minha família, meus primos. Neiman me ajuda muito. Ele foi um dos responsáveis por eu conseguir esse contrato, porque ele está se saindo muito bem lá, então eles acreditaram em mim porque acreditam nele", falou.

Inspirado em Renzo, Robson Jr afirmou que driblar a pressão de ser um Gracie é algo com que se acostumou a lidar. Como seu primeiro embate no Bellator, no dia 13 de outubro, contra Peter Nascimento, será também o primeiro de MMA na carreira, o lutador de 27 anos entende que os olhos do mundo do esporte estarão em sua direção.

"Quando eu era mais novo, minha ideia era a de estrear com 25 anos, ou até mais novo, mas era algo que eu não poderia escapar. Tentei minimizar isso, mas vai sempre existir. Eu treino mais duro por causa desta pressão. Estou 0-0, mas há muita gente esperando por isso. 'Ele vai levar pro chão? Você tem que finalizá-lo, tem de fazer isso'. Além do fato de ser irmão do Renzo. Mas tento desligar isso. Tento me concentrar na luta e em fazer minha parte", declarou.

"Sou um Gracie, mas Renzo não vai estar comigo no cage comigo. Vou estar lá por mim mesmo, e ser um Gracie não vai fazer diferença. Pode fazer antes ou depois da luta, porque Renzo e meu pai me ensinam muito. Não é uma questão de vencer, é uma questão de ir lá e lutar. Eu me inspiro em Renzo, porque ele não escolhe adversários, não tem medo. É isso que eu quero ser. Se eu for metade do que ele foi, se eu tiver metade do espírito dele de não ter medo de enfrentar ninguém, eu já estou feliz, independente do resultado", completou.

Sobre a derrota de Khonry, filho de Royce Gracie, Robson salientou as diferenças entre as equipes de Royce e de Renzo. Segundo ele, é necessário ter a consciência de que "o esporte mudou", independente da crença da família na arte suave.

"O jiu-jitsu vai sempre ser a melhor arte marcial. Royce se concentra muito no jiu-jitsu puro, mas as pessoas se adaptaram a isso. O esporte mudou. Tem uma coisa que Renzo me diz: 'Você não é um lutador de jiu-jitsu; você é um lutador. Jiu-jitsu é a sua bagagem, é a sua arte número 1, mas você precisa saber tudo. Precisa saber um pouco de tudo'. Tenho treinado boxe há um tempo. Não que eu vá tentar nocautear alguém ou trocar com um striker, mas eu quero aprender isso também. Não vou ignorar esta parte do esporte", falou.

A estreia de Robson Jr. acontecerá no Bellator 208, encabeçado pela semifinal do GP dos pesados entre Fedor Emelianenko e Chael Sonnen. O evento também tem, como lutas confirmadas, um confronto peso-leve entre Ben Henderson e Saad Awad e uma luta entre os ex-UFC Cheick Kongo e Tim Johnson, pelo peso-pesado.