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Ainda lesionada por deter ladrão, Polyana Viana revela conversa com Dana

Polyana Viana, lutadora do UFC - Reprodução/Instagram
Polyana Viana, lutadora do UFC Imagem: Reprodução/Instagram

Felipe Paranhos, do Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

08/05/2019 07h00

Polyana Viana passou por situações no mínimo inusitadas no início de ano: ainda no dia 7 de janeiro, ganhou as manchetes do mundo inteiro ao deter um homem que tentou assaltá-la. No princípio de março, após ser derrotada por Hannah Cifers no UFC 235, surpreendeu-se com a reação amável do tantas vezes durão Dana White, presidente do Ultimate, que aplacou seu choro e lhe prometeu a renovação de seu contrato com a liga.

Em entrevista exclusiva à Ag. Fight nesta terça-feira (7), no Rio de Janeiro, onde participou de uma sessão de autógrafos e fotos com fãs, a peso-palha (52 kg) contou detalhes de sua preparação para o combate contra Cifers. Ela relatou que entrou no octógono com diversas lesões - incluindo uma sofrida ao bater no assaltante - e sem a convicção e a firmeza que gostaria.

"Eu acho, de verdade, que me faltou confiança. Eu fiz o 'camp' toda machucada. Não é desculpa, mas eu fiz o 'camp' toda machucada. Eu tava com o dedo machucado ainda do ladrão, está até hoje machucado, e já estou fazendo fisioterapia. Ainda machuquei os dois joelhos e rasguei a virilha. E eu estava sentindo uma dor nas costas muito estranha. Eu não sabia explicar, porque a dor vinha no fim de semana, eu deitada. Não era no meio do treino. Eu não tinha confiança, tanto nos treinos quanto na luta. Eu estava com medo de entrar e doer a virilha, de entrar e cansar, como aconteceu na outra luta (contra JJ Aldrich, em outubro de 2018), então eu estava sem um pingo de confiança. Eu acho que foi o que faltou", reconheceu.

Viana revelou que a série de contusões minou sua força mental para o duelo contra Cifers. Conforme contou, ao chegar na American Top Team para a parte final de sua preparação, ela já estava com o dedo e um dos joelhos machucados. E nos primeiros três dias na academia norte-americana, sentiu o outro joelho e a virilha. Embora Polyana acredite que não precisará fazer alguma operação para corrigir as lesões, as dores na mão a preocupam.

"Eu acho que não precisa, ainda não cheguei a ir no médico para ver se vai precisar de cirurgia. De manhã, ontem (segunda-feira), no treino, eu fui fazer posição, fui sentar em cima das pernas, e precisei voltar e sentar de novo, porque eu senti o incômodo (no joelho). E o dedo eu vou ter que ver o que é, porque nunca parou de doer. Lutei com ele (o ladrão) machucado. No primeiro soco que eu dei, eu senti o dedo. O primeiro! E está machucado até hoje. Acho que foi porque pegou no osso do rosto dele e eu não sou acostumada a dar soco sem luva", afirmou.

A 'Dama de Ferro' ainda relatou o curioso encontro com Dana White logo depois de sair do octógono no UFC 235. Muito triste pelo revés, a brasileira encontrou, naquele que poderia descartá-la da organização, um gesto de carinho. A reação afetuosa não só deu força a Polyana como fez com ela que se sentisse mais à vontade para conversar com o dirigente.

"Quando terminou a luta, graças a Deus, o chefe (Dana) me chamou na sala e falou: 'Gostei muito da luta, a gente vai renovar o teu contrato. Não chora'. E eu já daquele jeito, toda mole, chorei. E ele: 'Gostei muito da tua luta, não fica triste' e me abraçou. Inclusive, falei com ele ontem, porque eu sou metida, né? (risos) Mandei mensagem: 'E aí, chefe, vai vir no UFC?' Aí ele: 'Poxa, nesse não vai dar para ir', e mandou uma carinha triste. Eu sou muito metida, cara! (risos)", brincou.

Polyana Viana tem 26 anos e estreou no UFC no início de 2018, finalizando Maia Kahaunaele-Stevenson com um mata-leão. Até então, a paraense tinha apenas uma derrota, quatro anos antes. Depois, vieram mais dois reveses. Ela considera que ainda está ganhando experiência no MMA e que os resultados negativos são o ônus de chegar à maior organização do mundo ainda jovem. "Mas fazer o quê, né?", resignou-se.