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Bicampeã olímpica justifica migração para o MMA: "Boxe é esporte sexista"

"Esses homens estão lutando por vários milhões e não realizaram metade do que eu conquistei, mas devo ficar feliz?", disse a norte-americana - Gregory Shamus/Getty Images
"Esses homens estão lutando por vários milhões e não realizaram metade do que eu conquistei, mas devo ficar feliz?", disse a norte-americana Imagem: Gregory Shamus/Getty Images

Ag. Fight

Ag. Fight

03/12/2020 08h00

Não é apenas o 'crossover' entre organizações como UFC e Bellator que habita o imaginário da comunidade do MMA. Os próprios lutadores também gostariam de se testar no boxe e, depois que Conor McGregor realizou o feito de enfrentar Floyd Mayweather Jr. no ringue, em 2017, esse desejo se tornou ainda mais comum.

Contudo, foi Claressa Shields que fez o movimento contrário. A multicampeã da nobre arte, que chegou a ser apontada como possível adversária de Amanda Nunes e Cris 'Cyborg', assinou com o PFL e analisou a mudança de esporte.

Em entrevista ao site TMZ Sports, Claressa explicou que o principal motivo para trocar o boxe pelo MMA foi o fato de integrar uma modalidade sexista e que não lhe deu o devido valor.

A lutadora de 25 anos justificou sua posição ao citar Kayla Harrison como exemplo, já que a compatriota também trocou sua carreira de sucesso no judô pela aventura no MMA, e também mencionou que atletas com menos feitos no boxe são melhor remunerados pelo fato de serem homens.

"Assisto a todas as lutas de Kayla. Ela teve a chance de lutar por um milhão de dólares no MMA, antes que eu tivesse a chance de lutar por um milhão de dólares no boxe e conquistei tudo que podia conquistar por lá. O boxe é tão sexista. Esses homens estão lutando por vários milhões e não realizaram metade do que eu conquistei, mas devo ficar feliz? Tipo, vá em frente e me pague 300 mil dólares e depois me ofereça metade pela próxima luta?", criticou Claressa.

Apesar de não ter sido testada no MMA, Claressa é tratada como uma grande promessa. A norte-americana comemorou o fato do PFL ter destacado seu currículo e comparou o acordo assinado como uma relação séria e não como um negócio pontual.

"Só estou tentando ficar mais forte e rápida para ser mais explosiva. Eu, realmente, apenas trato meu corpo como um templo para que possamos nos preparar para passar por todas essas diferentes mudanças que estamos prestes a passar por ser um lutador de MMA. Estou feliz que o PFL entendeu que isso não é como 'Oh, estou apenas vindo para cá com a intenção de fazer algo como Conor McGregor vs Floyd Mayweather'. Este é um contrato de três anos que temos juntos e é muito lucrativo. 160 países diferentes estarão mostrando minhas lutas. Eu poderei continuar a fazer minha marca crescer e quero ser um modelo maior. Estou feliz que eles tenham entendido isso e não tenham vindo propor uma luta contra Kayla Harrison na primeira luta principal", finalizou.

Vale lembrar que Claressa Shields foi a segunda contratação de impacto feita pelo PFL nas últimas semanas. Além da norte-americana, a organização anunciou o veterano Fabrício Werdum, ex-campeão do peso-pesado do UFC, como reforço para o torneio da temporada 2021.