Topo

Lutador do UFC recebe ajuda de empresas de cannabis em ação social no RJ; entenda

Ag. Fight

Ag. Fight

10/03/2021 07h00

A pandemia de coronavírus, que teve início há praticamente um ano, impactou diretamente a sociedade brasileira. Com medidas de prevenção contra a doença, muitos estabelecimentos aderiram ao 'lockdown' e, sem a renda, foram obrigados a fechar as portas deixando milhares de famílias sem emprego e uma forma de sustento. Atento a este cenário, Claudio 'Hannibal', lutador do UFC, iniciou um projeto para angariar fundos para doar alimentos para famílias necessitadas no Rio de Janeiro (RJ).

Após morar por quase 15 anos em Londres (ING), Claudio 'Hannibal' está na capital Fluminense desde o início de 2021. O competidor, que ainda não tem luta marcada no UFC, treina na academia de Joilton Peregrino para se manter ativo e, durante suas caminhadas pela 'Cidade Maravilhosa', tem se deparado com cenas lamentáveis que lhe chamaram a atenção.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o peso-meio-médio (77 kg) do Ultimate revelou que tem como ideia angariar cerca de R$ 7 mil para ajudar famílias carentes e tem usado as suas redes sociais para chamar mais pessoas para aderir a sua causa. Os alvos do lutador são as comunidades de Iguaçu Velho e Jardim Gramacho, onde existia um lixão e foi desativado em 2012 - ambas no Rio de Janeiro.

"Sempre tento ajudar de alguma forma. Ano passado doei quimonos. Eu cresci vendo meus pais fazendo esse projeto de filantropia e aprendi assim. Sempre que vou treinar vejo senhores, crianças, adolescentes, homens e mulheres revirando lixo procurando comida. Isso me mata, mexe com meu coração. Me deixa triste demais. Como conheço muitas pessoas, tenho contatos, estou no UFC, tenho que usar essas plataformas de maneira positiva e não deixar essa gente sem comida na pandemia", revelou.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Claudio Hannibal UFC (@claudiohannibalsilva)

Por estar nas artes marciais há muitos anos, 'Hannibal' possui contatos fora do Brasil que ofereceram ajuda ao projeto. O lutador adiantou que tem recebido doações da Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, mas citou duas empresas como as principais incentivadoras: 'California Canna' e 'Happy Vaper Café', ambas relacionadas a exploração da cannabis. Claudio explicou o motivo dessa parceria e tratou de rechaçar qualquer preconceito que possa ser associado a essas marcas.

"Dava aula para o dono do Happy Vaper. A gente conversava, ele é muito interessado no Brasil. E ele disse que queria me patrocinar, logo depois daqueles quatro anos sem lutar. Eles me dão todo suporte até hoje, toda causa que eu acredito, eles abraçam. Tudo que falar me dão apoio. Eles são irmãos. Eles tem uma gama de produtos ligados a cannabiol (CBD), mas tudo legalizado. Pagam todos impostos", afirmou o atleta, antes de completar.

"Já a California Canna tem um mercado voltado para remédios de THC, linhas de roupas, mas também produtos para fins recreativos. Há uns anos eles me convidaram para a Califórnia, mas não pude ir porque estava em camp. Depois me mudei para Miami e me fizeram outra proposta para conhecer as fazendas de cannabis. Quando cheguei fui tratado como da família. Estão comigo até hoje e também são voltados para causas sociais. Boas pessoas atraem boas coisas. Foi um casamento perfeito", concluiu.

Embora conte com o auxílio de duas empresas importantes fora do Brasil, 'Hannibal' adiantou que não pretende parar assim que chegar na marca estipulada antecipadamente. O lutador segue ativo nas redes sociais para angariar mais recursos para famílias carentes e fez um convite para seus companheiros de profissão.

"Não faço isso para aparecer. Faço para ajudar o próximo. Se todo mundo se unisse, o pessoal da luta que está em grandes eventos, poderíamos ajudar e mobilizar grandes empresas e auxiliar todas as comunidades, não só do Rio, mas no Brasil. Tento fazer o que posso e espero que outros lutadores façam por iniciativa própria", finalizou.

No MMA profissional desde 2007, Cláudio 'Hannibal' soma 14 vitórias, sendo nove por finalização, e duas derrotas em seu cartel na modalidade. Pelo UFC, o meio-médio, de 38 anos, possui cinco triunfos e um revés, este em sua última atuação contra James Krause.