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Werdum revela lesão inoperável no cérebro em meio a ação contra o UFC; entenda

Fabrício Werdum, lutador de MMA Imagem: Reprodução/Mike Angel Vision

15/10/2024 13h45

Na última semana, 57 ex-lutadores encaminharam cartas de apoio ao novo acordo proposto pelo UFC em meio ao "processo antitruste". Agora, segundo os registros online, divulgados em primeira mão pelo jornalista John Nash (veja abaixo), mais 51 atletas se juntaram para tentar encerrar a ação chamada "caso Le". Nesta nova leva, o depoimento de um ex-campeão do Ultimate chamou a atenção. Ex-detentor do cinturão dos pesos-pesados da companhia, Fabrício Werdum revelou que atualmente sofre com uma série de problemas médicos, incluindo uma lesão no cérebro inoperável.

Os veteranos dos esportes de combate unem esforços para evitar que o caso chegue a ser julgado no Tribunal. Na maioria dos casos, os ex-lutadores citaram problemas financeiros e de saúde para justificar o interesse na rápida conclusão do caso. Vale ressaltar que o acordo oferecido pelo Ultimate - e aparentemente apoiado pelos demandantes - gira em torno de 375 milhões de dólares, pouco mais de R$ 2 bilhões, apenas para o "caso Le", que inclui combatentes do período de 2010 até 2017.

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Anteriormente, o UFC chegou a um acordo de 335 milhões de dólares (R$ 1,8 bilhões), para colocar um ponto final tanto no "caso Le", quanto no "caso Johnson" - que contempla a ação coletiva movida por lutadores do período de 2017 até o presente. A proposta original, porém, foi recusada pelo juiz Richard Boulware, que remarcou a continuidade do caso no Tribunal para o dia 3 de fevereiro de 2025.

E é exatamente este desfecho que atletas como Werdum, Lyoto Machida e outros querem evitar. Afinal de contas, o encerramento do caso na Justiça ainda pode levar vários anos e, mesmo após o julgamento, possíveis apelações podem atrasar ainda mais o processo. Além disso, o julgamento não necessariamente concederia um valor maior do que o oferecido no acordo proposto pelo UFC ou, até mesmo, daria ganho de causa aos autores da ação.

"Enquanto lutava pelo UFC, sofri muitas concussões. Temo que durante a minha carreira tenha sofrido traumatismo cranioencefálico (TCE) e esteja notando sintomas comuns com TCE e CTE (encefalopatia traumática crônica), incluindo irritabilidade, raiva, ansiedade, insônia e perda de memória. Tenho muitas lesões e cicatrizes no cérebro e tenho um cisto localizado centralmente no cérebro, tornando a cirurgia até agora impossível. Monitoro esse cisto com exames semestrais para determinar se ele está crescendo. Até o momento, nenhum tratamento para CTE foi encontrado. Isso (acordo) seria realmente um dinheiro que mudaria a minha vida e a de outros membros da classe. Esses fundos também permitiriam que eu e minha família concluíssemos a construção da nossa casa no Brasil", revelou Werdum, em parte de seu depoimento.

Wanderlei Silva em situação similar

O relato da presença de um cisto no centro do cérebro de Werdum assustou boa parte dos fãs dos esportes de combate. Mas sequelas na região são frequentes em atletas que dedicaram a vida às artes marciais mistas. Apesar de não ter esse quadro específico, Wanderlei Silva também abriu o jogo e revelou que sofre as consequências de concussões e lesões cerebrais adquiridas ao longo de sua vitoriosa carreira. O "Cachorro Louco" também encaminhou, assim como Fabrício, uma carta aprovando o atual acordo sugerido pelo UFC no processo antitruste.

Entenda a motivação do processo

O Ultimate está sendo alvo judicial por demandantes do "processo antitruste", que alegam que a empresa faz uso de práticas ilegais a fim de diminuir a margem de crescimento de seus concorrentes e, assim, estabelecer seu monopólio de mercado. Os processos se baseiam em supostas violações da "Lei Sherman", que prescreve a regra da livre concorrência entre os envolvidos no comércio, assim como a regulação da competição entre as empresas de um mesmo ramo.

Os esforços judiciais foram liderados por ex-lutadores como Cung Le, Kyle Kingsbury, Kajan Johnson, Brandon Vera, dentre outros. Os atletas acusam a liga de estar envolvida em um esquema ilegal para adquirir e manter o monopólio do mercado dos atletas de elite através de contratos exclusivos, coerção e aquisições. Os acusadores do processo antitruste movido contra o UFC relatam que tais contratos faziam parte de um esquema ilegal para diminuir os salários e direito dos lutadores.

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