Suposta vítima de abuso sexual depõe contra McGregor no Tribunal: "Achei que ia me matar"
05/11/2024 18h33
Nesta terça-feira (5), Conor McGregor compareceu ao Tribunal Superior de Dublin para participar do primeiro dia de julgamento de uma ação civil movida contra ele e James Lawrence por Nikita Ni Lamhain, que alega ter sido vítima de abuso sexual praticado por ambos. Com a presença do astro do UFC, da suposta vítima e de algumas testemunhas envolvidas no caso - que teria ocorrido em dezembro de 2018 -, detalhes sobre o episódio foram revelados no processo mediado pelo juiz Alexander Owens.
A principal novidade veio com o depoimento prestado por Daniel Kane, médico que teria atendido Nikita após o incidente ocorrer. O ginecologista do pronto-socorro alegou que a suposta vítima teria chegado ao Hospital Beacon, em Dublin (IRL), com diversos hematomas espalhados pelo corpo. Após realizar os exames necessários, Kane teria concluído que a versão da cabeleireira irlandesa era consistente com a ordem cronológica dos fatos, que teria culminado em um suposto estupro.
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"Ele me segurou pelo pescoço. Ele me impediu de respirar algumas vezes. Achei que ele ia me matar", teria dito a suposta vítima, de acordo com o depoimento dado pelo médico que a atendeu após o incidente com McGregor, segundo alguns portais da região que compareceram ao julgamento, como o 'The Irish Times' e o 'Irish Mirror'.
Relato da suposta vítima
Além do médico Daniel Kane, Nikita também prestou depoimento no Tribunal ao juiz e ao júri do caso - formado por oito mulheres e quatro homens. A cabeleireira revelou que conhecia McGregor através de seus primos. E, durante uma festa realizada no dia 9 de dezembro com alguns colegas de trabalho, teria entrado em contato com o lutador irlandês via mensagem. A suposta vítima também admitiu ter ingerido bebidas alcoólicas e feito uso de cocaína antes de se encontrar com o astro do UFC.
Mais tarde naquela mesma noite, McGregor e o homem identificado como James Lawrence foram até o encontro de Nikita e levaram ela e uma amiga para passear de carro. Após um tempo no veículo, os envolvidos no caso se encaminharam para o Hotel Beacon, em Dublin (IRL), onde, em uma mansão, teria ocorrido o suposto estupro. Quando ficou a sós com Conor na dependência do quarto, a suposta vítima relembrou a postura agressiva do lutador.
"Ele estava vindo para cima de mim. Ele começou a tentar me beijar, esfregando meu rosto. Eu sabia o que ele estava procurando. Eu disse: 'Não, não me sinto confortável, conheço Dee (sua esposa), conheço a família dela'. Eu estava tentando convencê-lo de que não queria nada. Eu não queria fazer sexo e não estava lá para nada disso. Ele simplesmente não aceitava um não como resposta. Ele então me prendeu na cama. Me lembro de colocar os braços contra o peito para mantê-lo o mais longe possível de mim. Ele apenas continuou empurrando seu peso em cima de mim", relembrou Nikita, em frente ao júri.
O que está por vir?
Este foi apenas o primeiro dia no Tribunal. O julgamento do caso deve durar cerca de duas semanas ao todo, de acordo com o juiz Alexander Owens, e tende a ser retomado nesta quarta-feira (6). Assim como James Lawrence, o outro homem citado por Nikita, Conor McGregor também se defendeu da acusação, alegando que a relação sexual tida com a suposta vítima teria sido consensual. Ainda é incerto que tipo de penas, multas ou indenizações o astro do UFC poderia ter que arcar caso seja julgado culpado judicialmente no desfecho do episódio.