Acusado de abuso sexual em um processo civil que já durava mais de duas semanas no Tribunal de Dublin, na Irlanda, Conor McGregor foi declarado culpado nesta sexta-feira (22). Confirmada com o veredito do júri como a vítima do caso, Nikita Hand será indenizada pelo lutador irlandês com uma quantia de 248,6 mil euros (cerca de R$ 1,5 milhão). Por não se tratar de uma acusação criminal e sim uma ação civil, o ex-campeão peso-pena (66 kg) e peso-leve (70 kg) do UFC não corre risco de ser preso. As informações foram dadas em primeira mão pelos portais 'Irish Mirror' e 'Yahoo Sports'.
O julgamento do caso no Tribunal teve início no início de novembro, quando Nikita testemunhou contra McGregor e admitiu que temeu pela própria vida durante a interação entre os dois. Dias depois, o lutador irlandês negou as acusações, admitindo a prática sexual com a mulher, mas relatando que o ato teria sido consensual. Após análise de evidências e depoimentos, o júri chegou ao veredito que Conor foi culpado no episódio. Com uma multidão de membros da imprensa à sua espera, 'Notorious' deixou o estabelecimento sem comentar a decisão da Justiça (veja abaixo ou clique aqui).
Pronto para receber o desfecho do caso, McGregor compareceu ao Tribunal nesta sexta-feira acompanhado de sua esposa Dee Devlin e outros membros de sua família, assim como sua equipe jurídica. Apesar do apoio massivo, o irlandês não se livrou da derrota judicial. Já James Lawrence, também acusado por Nikita Hand, teve o júri decidindo a seu favor, negando a agressão sexual alegada. A sessão desta sexta-feira que culminou no desfecho do caso durou cerca de seis horas e dez minutos.
Relembre o caso
O episódio ocorreu no dia 9 de dezembro de 2018. Com contato com McGregor através de seus primos, Nikita enviou uma mensagem para o lutador irlandês durante uma confraternização com colegas de trabalho. Antes de se encontrar com o astro do UFC, a vítima admitiu ter ingerido bebidas alcoólicas e feito uso de cocaína. Mais tarde naquela mesma noite, Conor e o homem identificado como James Lawrence foram até o encontro de Nikita e levaram ela e uma amiga para passear de carro.
Após um tempo no veículo, os envolvidos no caso se encaminharam para o Hotel Beacon, em Dublin (IRL), onde, em uma mansão, foi julgado ter ocorrido de fato a violência sexual. Bastante comovida durante seu testemunho no Tribunal, Nikita Hand relembrou a postura agressiva de McGregor durante o ato.
"Ele estava vindo para cima de mim. Ele começou a tentar me beijar, esfregando meu rosto. Eu sabia o que ele estava procurando. Eu disse: 'Não, não me sinto confortável, conheço Dee (sua esposa), conheço a família dela'. Eu estava tentando convencê-lo de que não queria nada. Eu não queria fazer sexo e não estava lá para nada disso. Ele simplesmente não aceitava um não como resposta. Ele então me prendeu na cama. Me lembro de colocar os braços contra o peito para mantê-lo o mais longe possível de mim. Ele apenas continuou empurrando seu peso em cima de mim", relembrou Nikita, em frente ao júri.
Carreira afetada?
Com uma trajetória recheada de polêmicas fora do octógono e pendências na Justiça, o recente veredito de culpado de agressão sexual abala ainda mais a imagem de McGregor. Entretanto, na teoria, o julgamento não afetaria um eventual retorno do irlandês ao UFC, já que ele não sofrerá sanções criminais, apenas condenado a indenizar a vítima do caso. Apesar de livre para competir, Conor já protagoniza uma extensa novela sobre sua possível volta à ativa. O astro do MMA não entra em ação há mais de três anos e seu futuro nos esportes de combate fica cada dia mais incerto.
BREAKING: No comment from Conor McGregor as he leaves court to a media flurry, pic.twitter.com/eYEsferlY5
- Paul Healy (@Healyhack) November 22, 2024
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.