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Palmeiras faz segunda viagem seguida sem o avião de Leila Pereira; entenda

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, recebeu o avião que comprou Imagem: Reprodução

São Paulo

08/11/2023 09h24

O Palmeiras não usou o avião que pertence à empresa da presidente Leila Pereira para viajar ao Rio de Janeiro, onde enfrenta o Flamengo nesta quarta-feira, no Maracanã, pela 33ª rodada do Brasileirão. Foi a segunda viagem consecutiva da delegação alviverde sem a aeronave da empresária.

O avião da Placar Linhas Aéreas, empresa de Leila, passa por uma manutenção programada nos Estados Unidos há alguns dias. Por isso, os atletas e comissão técnica também não viajaram na aeronave em outra viagem recente ao Rio, semana passada, para enfrentar o Botafogo no Engenhão.

A última vez em que a delegação palmeirense viajou no avião da Placar, um Embraer E190, da família E2, foi no fim de outubro, quando o time esteve na capital paranaense para enfrentar o Coritiba.

Nesse período, sem o avião de Leila, a alternativa ao Palmeiras foi voltar a fretar voo com outras companhias aéreas, como era feito antes da compra da aeronave. O Palmeiras diz não saber quando o avião estará novamente à disposição do time.

A ideia de adquirir um avião próprio partiu da própria Leila Pereira. A iniciativa, segundo ela, visa gerar uma economia para o Palmeiras e ajudar na logística. A presidente afirmou em recente entrevista que o clube havia economizado R$ 3 milhões usando a Placar. A promessa é que ela vai oferecer em breve os serviços para outras equipes do futebol brasileiro.

Como contrapartida à economia que pode ser gerada aos cofres do clube, Leila ganha publicidade e dinheiro ao alugar o avião a outros times também e para empresas interessados quando não estiver sendo utilizado. Até por isso, a aeronave não tem as cores do Palmeiras. Ela apresenta as cores azul e branco e o nome da companhia aérea.

Conselheiros do Palmeiras apontam mais um conflito de interesses envolvendo Leila, que é patrocinadora, presidente, credora do clube e recentemente ganhou concessão para administrar a Arena Barueri, onde o time joga quando o Allianz Parque não está disponível. Ela, porém, sempre repete que submete todas suas decisões ao Conselho de Orientação Fiscal (COF) e recentemente negou em polêmica entrevista a existência desse conflito.

"Onde há conflito de interesse quando eu que ponho o dinheiro?", argumentou ela. "Se eu deixar esse avião parado quando o Palmeiras não joga, sabe o que acontece? Nada. Eu posso pegar o avião e chamar vocês para passear", respondeu em coletiva com a presença de poucos jornalistas.

"Eu ando em avião particular, um Falcon 8X, e nossos atletas viajavam em avião fretado, que além de ser caríssimo, você fica à disposição da companhia aérea e isso me incomodava muito. A presidente viajava a hora que quer e os atletas ficavam nesse problema com a malha aérea. Eu resolvi comprar o avião, com meu dinheiro, para que meus atletas pudessem viajar a hora que quiserem", justificou Leila a respeito da compra do avião.

Problemas na Colômbia

Em agosto, em seu primeiro voo internacional, o avião deixou o Palmeiras na mão, obrigando a delegação a atrasar o retorno ao Brasil e a percorrer quase 200 quilômetros de ônibus para pegar um voo comercial a Cali, na Colômbia, e só chegar a São Paulo quase dois dias depois da goleada sobre o Deportivo Pereira.

Os custos provocados pelo imprevisto na Colômbia, como hospedagem, deslocamento e fretamento de uma nova aeronave, também foram arcados por ela, que tem a ideia de fretar o avião para outros clubes - o próprio Palmeiras vai utilizar o serviço como cliente. No momento, contudo, isso não é possível porque a Placar espera a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para realizar voos comerciais. Sem essa liberação, a mandatária vai continuar bancando os custos dos deslocamentos.

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