Javier Milei, novo presidente da Argentina, já foi goleiro e 'virou casaca' em Buenos Aires

O novo presidente da Argentina Javier Milei tem um passado de jogador de futebol. Ainda antes de ingressar na política, Milei foi goleiro do Chacarita Juniors. O mesmo clube teve, anos depois, o atacante Germán Cano, atualmente no Fluminense de Fernando Diniz, no elenco. Há, ainda, uma polêmica sobre o economista ter trocado de equipe do coração devido a uma "desavença" com um dos maiores clubes do país.

A carreira de Milei debaixo das traves foi apenas em categorias de base do Chacarita Juniors, clube da região de Chacarita, em Buenos Aires, e que joga a segunda divisão do campeonato nacional atualmente. Milei integrou um grupo de atletas adolescentes por volta dos 13 anos de idade. "Atirava-se em todas as bolas. Era um maluco debaixo das traves. Podia dar certo ou errado, mas, sinceramente, não me lembro de ter falhado ou de termos perdido um jogo por causa dele. Quando jogava, ele ia bem", contou Eduardo Perico Pérez, que integrou aquela equipe, ao Infobae, portal de notícias argentino.

Outro colega da época, Omar Corsaro relembra de adversários como atletas que se destacaram futuramente no futebol, como o River Plate, de Juanjo Borreli, e o Vélez Sarsfield, de Diego Simeone. Corsaro chegou a disputar a primeira divisão com o Chacarita. "O Milei ele era calmo, a personalidade que ele mostra agora, não é nada de quando era menino, ,as dava para ver que ele estava mudando. Quando eu o vi na TV... ele não tinha aquele caráter quando era menino, ele era um garoto calmo. Ele não era conflituoso também, não brigava com ninguém, sempre tranquilo. Fiquei surpreso em vê-lo assim (o homem que virou)", contou ao portal TyC Sports.

A trajetória se estendeu pela década de 1980, mas não foi frutífera para o jovem oriundo de Palermo, bairro nobre da capital argentina. Entretanto, desde que passou a ter mais holofotes na política, Javier Milei teceu comentários sobre futebol, criticou Maradona e "abandonou" o Boca Juniors.

O ídolo máximo dos argentinos, morto em 2020, identificava-se com políticas progressistas e tinha até uma tatuagens de Che Guevara e de Fidel Castro. Durante a campanha presidencial que acaba de ganhar na Argentina, um post seu de 2016 foi resgatado antes do pleito. Na mensagem, o agora presidente argentino debochava de Maradona e o chamavam de "Maradroga", numa referência ao período em que o jogador usava drogas.

Em entrevista ao jornal espanhol El País, ele relatou o gradual afastamento do Boca Juniors, para quem sempre torceu. Segundo Milei, ele não gostou da contratação de Riquelme, em 2013, pelo clube xeneize. Cinco anos depois, quando o Boca perdeu a final da Libertadores para o River Plate, Milei torceu contra o próprio time.

"Eu estava assistindo ao jogo e quando Gago entrou, claramente um ato de populismo, torci para o River. Não quero torcer para um time que toma decisões populistas. Já basta viver em um país populista. Para mim, foi um péssimo jogador, uma das maiores mentiras do futebol argentino. Assim, me tornei anti-Boca", contou ao jornal.

O adversário de Milei no segundo turno das eleições na Argentina, neste domingo, foi Sergio Massa. O peronista também tem uma relação com futebol. Apesar de nunca ter atuado, ele é torcedor do Tigre, que atualmente está na primeira divisão argentina. Massa chegou a ser dirigente do clube. Entre as conquistas da equipe, estão a segunda divisão de 2021 e a Copa da Superliga Argentina de 2019. Em 2012, o time foi vice-campeão da Copa Sul-Americana naquele jogo tumultuado com o São Paulo, que foi encerrado após pancadaria na saída para o intervalo. O time brasileiro foi declarado vencedor. Nas eleições para presidente, Milei ganhou de Massa com folga.

Outro político da Argentina que tem ligação forte com o futebol é Maurício Macri. Ele foi presidente da Argentina entre 2015 e 2019. Assim como Milei, também teve origem no esporte do país. Macri presidiu o Boca Juniors de 1995 a 2007, período no qual a equipe venceu quatro Libertadores. Recentemente, ele foi anunciado como candidato a vice-presidente do clube nas próximas eleições, marcadas para 2 de dezembro.

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