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Lista de candidatos à presidência do COI tem campeões olímpicos e até príncipe

Feisal bin al-Hussein, príncipe da Jordânia e candidato à presidência do COI Imagem: Britta Pedersen/Getty

Genebra

16/09/2024 10h10

O Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou nesta segunda-feira a lista de candidatos à presidência para a eleição marcada para março de 2025, na Grécia. A relação conta com sete pretendentes ao cargo, entre eles dois campeões olímpicos, um príncipe, o filho de um ex-presidente da entidade e dirigentes ds confederações de do ciclismo, ginástica e esqui.

Os sete candidatos registrados no pleito buscam suceder o alemão Thomas Bach, que deixará a presidência em 2025, finalizando uma período de 12 anos à frente do COI. O vencedor do futuro pleito administrará a entidade, responsável pelos Jogos Olímpicos de verão e de inverno, entre outras competições, por oito anos, com possibilidade de reeleição para um novo mandato de quatro anos.

Entre os sete candidatos à presidência há apenas uma mulher. Membro do Conselho Executivo do COI, Kirsty Coventry, do Zimbábue, entrou na disputa para liderar uma organização que teve apenas presidentes homens em seus 130 anos de história. Oito desses presidentes eram da Europa e um dos Estados Unidos.

Coventry e Sebastian Coe são os candidatos mais conhecidos na esfera esportiva. Ambos foram campeões olímpicos, na natação e no atletismo, respectivamente. Aos 41 anos, Coventry é a mais nova entre os candidatos. Se vencer, se tornará ainda a primeira presidente do COI vinda da África. Dona de sete medalhas olímpicas, foi bicampeã dos 200 metros costas, em Atenas-2004 e Pequim-2008.

Coe também foi bicampeão olímpico, no 1.500 metros, em Moscou-1980 e Los Angeles-1984. O dono de quatro medalhas olímpicas entrou na política ao fim da carreira esportiva e foi membro do Parlamento britânico. Depois, se tornou presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e, atualmente, comanda a World Athletics, a federação internacional de atletismo.

Outros candidatos que são dirigentes esportivos são o francês David Lappartient, presidente do órgão regulador do ciclismo, o japonês Morinari Watanabe lidera a ginástica e o sueco Johan Eliasch é o presidente da Federação Internacional de Esqui e Snowboard.

Mais afastado da esfera esportiva está o príncipe Feisal al Hussein, da Jordânia, que é membro do Conselho Executivo do COI. O espanhol Juan Antonio Samaranch Jr. tem um dos sobrenomes mais conhecidos da história do COI, por ser filho de Juan Antonio Samaranch, presidente da entidade por 21 anos, até 2001. O pai foi alvo de críticas por ter supostamente ligação com a ditadura de Francisco Franco, na Espanha, e por denúncias de corrupção. O filho um dos quatro vice-presidentes do COI atualmente.

Todos os sete cumpriram o prazo exigido para enviar uma carta de intenções a Bach, que se recusou durante a Olimpíada de Paris-2024 a tentar mudar as regras do COI para permanecer no cargo por mais tempo. Uma lista formal de candidatos deve ser confirmada em janeiro, três meses antes da reunião eleitoral de 18 a 21 de março na Grécia, perto do local da Antiga Olímpia.

O COI é um dos clubes mais exclusivos do esporte mundial. Seus membros são oriundos da realeza europeia e do Oriente Médio, líderes de órgãos esportivos internacionais, atletas olímpicos antigos e atuais, políticos e diplomatas, além de industriais, incluindo alguns bilionários como Eliasch. Isso faz com que seja uma das campanhas eleitorais mais discretas e peculiares do esporte mundial, com membros impedidos de endossar publicamente sua escolha.

Os limites da campanha para os candidatos incluem a proibição de publicar vídeos, organizar reuniões públicas e participar de debates públicos. O COI organizará uma reunião a portas fechadas para os candidatos se dirigirem aos eleitores em janeiro em sua cidade-sede, Lausanne, na Suíça.

O cargo mais alto do COI exige, idealmente, profundo conhecimento de gestão esportiva, compreensão das necessidades dos atletas e habilidades consideráveis em política global. O presidente supervisiona uma organização que ganha bilhões de dólares em receita com transmissão e acordos de patrocínio para os Jogos Olímpicos e emprega centenas de funcionários em Lausanne.

Coe tem sido amplamente considerado o candidato mais qualificado, pelo histórico de atleta, político e gestor esportivo. No entanto, ele tem potenciais obstáculos legais quanto à sua capacidade de cumprir um mandato completo de oito anos. O COI tem um limite de idade de 70 anos para os membros, enquanto Coe terá 68 anos no dia da eleição. As regras permitem uma isenção especial para permanecer por mais quatro anos, mas isso significaria uma presidência de seis anos.

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