Pacaembu reabre oito meses após data prevista envolto em controvérsias

Foram oito meses de adiamentos e controvérsias até que o Pacaembu estivesse pronto para enfim receber uma partida. Inicialmente, a reabertura estava marcada para 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, mas adiamentos consecutivos diminuíram o impacto do momento. Neste sábado, foram disputadas as finais feminina e masculina da Taça das Favelas, com presença de torcida. Inicialmente, a ideia era de que Santos, São Paulo ou Cruzeiro mandasse uma partida no local. A previsão era de ao menos 20 partidas de futebol fossem realizadas neste ano, assim como 80 apresentações musicais.

Em abril, por exemplo, havia a expectativa da reabertura do espaço com um show do cantor Roberto Carlos, que foi cancelado em cima da hora por falta de alvará. Os primeiros jogos aconteceriam em junho, além de outras ativações para diferentes obras, como a pista de atletismo e uma nova piscina. A Allegra Pacaembu, concessionária detentora da outorga do Pacaembu por 35 anos, passou a operar o espaço em janeiro de 2020, mas as obras só começaram em junho de 2021.

O estádio do Pacaembu, agora chamado de Mercado Livre Arena Pacaembu, teve detectada uma rachadura em um dos pilares da torre de iluminação no mês de agosto. Fontes consultadas pelo Estadão afirmaram que se tratava de uma acomodação natural do solo, sem trazer danos estruturais às obras e ao Pacaembu. O mesmo já havia ocorrido neste ano, em um pilar secundário do Museu do Futebol.

Em nota, a Allegra disse que tal rachadura não traz nenhum dano estrutural ao complexo. "A Concessionária Allegra Pacaembu informa que foi constatado um recalque diferencial no piso da rua Itápolis. Embora esse recalque seja mais visível na base de uma das torres de iluminação do estádio, as análises geotécnicas - encomendadas pela Concessionária desde a manhã da última quarta (15) - não indicaram, até o momento, qualquer alteração das estruturas pertencentes ao Complexo do Pacaembu", informou a concessionária na época.

Neste sábado, o primeiro jogo do novo Pacaembu foi a final feminina da Taça das Favelas, entre a Seleção Tiradentes e a Favelas São Rafael. A final masculina envolveu a Favela da Erundina e o Jardim Santo André.

Os torcedores não terão mais o alambrado para se apoiar e a bola rolou em um gramado sintético importado dos Estados Unidos, que custou R$ 6,5 milhões. É semelhante ao utilizado no Engenhão, com cortiça importada de Portugal. Trata-se do mesmo material que foi posto no Allianz Parque depois que o antigo composto termoplástico derreteu. A empresa fornecedora do piso é brasileira, mas os fios da grama são dos Estados Unidos.

Uma nova mudança, ainda a ser implantada, será o uso de um aplicativo, substituindo as antigas carteirinhas, destinado a quem quiser frequentar o espaço e receber informações relacionadas ao estádio.

O complexo é tombado, portanto, nenhuma estrutura dentro dele pode ser descaracterizada, exceto o Tobogã, que foi demolido. A arquibancada dará vez a prédio multifuncional, com um hotel de luxo, centro de reabilitação esportiva, cafés, restaurantes, escritórios, um mercado gastronômico, um centro de convenções e eventos e um novo espaço para até 8,5 mil pessoas no subsolo do Pacaembu. São cinco andares e mais quatro subsolos.

Na cobertura deste empreendimento, haverá uma praça elevada com acesso lateral para as ruas Desembargador Paulo Passaláqua e Itápolis, que cercam todo o complexo e a praça Charles Miller.

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Confira o que mudou no novo Pacaembu:

- Complexo multiuso poliesportivo com área de 35 mil metros quadrados;

- Não haverá mais tobogã, com hotel em seu lugar e passarela ligando os dois lados do estádio;

- Espaço para shows e eventos, no espaço abaixo do estádio;

- Redução da capacidade, para 25,5 mil lugares, em dias de jogo

- Espaço extra, embaixo das arquibancadas leste e oeste, para ações, ativações e lojas;

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- Novas cadeiras, sem as cores tradicionais de antes das obras;

- Gramado sintético e pista de atletismo;

- Restaurantes e áreas gourmet;

- Fim do alambrado.

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