Procuradoria do STJD arquiva caso de suposto racismo contra Carlinhos, do Flamengo
Rio
03/10/2024 09h24
A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) arquivou o suposto caso de racismo contra o atacante Carlinhos, do Flamengo. O time carioca alegou que seu jogador havia recebido ofensas racistas por parte de torcedores do Grêmio, em partida disputada na arena do time gaúcho, no dia 22 de setembro, pelo Brasileirão.
O STJD tomou a decisão após analisar gravações de áudio e vídeo enviados pelo Grêmio, além de laudos e outros documentos. Os procuradores alegam que não encontraram elementos que confirmassem o caso de injúria racial. O time gaúcho chegou a contratar perícias diferentes para checar se houve racismo.
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De acordo com o Grêmio, um dos laudos destacou que "houve um enorme erro cometido pelo site do Jornal Lance! na internet contra os torcedores do Grêmio, com reverberação pelas redes sociais". O jornal havia divulgado vídeo em que supostamente aparecia um torcedor gremista chamando Carlinhos de "macaquinho".
A explicação das perícias é de que a expressão "macaquinho" é equivocadamente induzida pela legenda do vídeo do site do jornal e pela matéria escrita e, no entanto, não corresponde ao que, de fato, consta registrado no vídeo analisado.
O clube gaúcho alegou, em comunicado, que um outro laudo aponta: "A presença desse fonema específico fortalece a hipótese de que o termo pronunciado esteja mais alinhado com expressões como 'tá brabinho' ou 'tá bravinho', descartando a possibilidade de 'macaquinho' com base na análise dos sons identificados".
O despacho da Procuradoria afirma que não há provas de ofensas racistas, conforme divulgou o Flamengo. "Apesar da nota oficial emitida pelo clube, com base nos elementos constantes dos autos, não é possível afirmar que houve a referida injúria racial. Além de não existir imagens de qualquer torcedor fazendo gestos de imitação de um macaco, o vídeo que circulou amplamente pela internet - utilizado para sustentar a existência de gritos de 'macaquinho' direcionados ao jogador - apresentava, desde o início, grande controvérsia quanto ao seu conteúdo, fato que foi reforçado pela legenda utilizada, a qual, inegavelmente, induzia o espectador a ouvir o que estava escrito", registrou o STJD.
"Os áudios entregues pela equipe mandante, com a aplicação de isolamento de voz e eliminação de ruídos, embora não sejam capazes de eliminar por completo qualquer tipo de discussão sobre o conteúdo, diante da baixa qualidade, contribui para afastar, cada vez mais, a percepção de que foram proferidas ofensas raciais", finalizou o Superior Tribunal.