Torcedores do Peñarol saqueiam quiosques, entram em conflito com PM e vandalizam Rio
Torcedores do Peñarol protagonizaram uma confusão generalizada nesta quarta-feira, no Rio, horas antes do duelo com o Botafogo, pelo jogo de ida das semifinais da Copa Libertadores. Reunidos na Praia do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da capital fluminense, uruguaios saquearam quiosques e entraram em confronto com a Batalhão de Choque da Polícia Militar. Motocicletas e um ônibus foram incendiados na confusão.
"Nesta tarde, torcedores do Peñarol iniciaram uma confusão com um grupo de pessoas, além de cometerem uma série de atos de vandalismo, saques e depredação de estabelecimentos comerciais e veículos. Diante da gravidade, policiais foram acionados para conter o tumulto", informou a Polícia Militar.
O governador Cláudio Castro também se manifestou nas redes sociais. "O Rio não é lugar de baderna. Determinei que as polícias prendam, levem para a delegacia e escoltem para fora do Rio de Janeiro os torcedores do Peñarol, que causam uma confusão generalizada na Zona Oeste. Já estamos levando para a Cidade da Polícia mais de 200 detidos", escreveu.
Imagens do caos foram divulgadas pela Record TV nas redes sociais. O prefeito Eduardo Paes (PSD) se manifestou em sua conta no X (antigo Twitter) afirmando que relatou às autoridades a possibilidade de um episódio violento. "Alertamos algumas vezes a Polícia Militar que o local e o modelo trariam esses problemas!"
O lateral-direito Guillermo Varela, do Flamengo, foi flagrado com os torcedores durante o tumulto no Recreio. O jogador, que também defende a seleção celeste, foi revelado nas categorias de base do Peñarol. O rubro-negro carioca informou que o atleta recebeu a ligação de dois amigos e foi retirá-los da confusão. "O lateral está a caminho de uma confraternização com elenco e comissão técnica. O assunto está entregue ao VP de Futebol, Marcos Braz", escreveu o clube.
Varela sofreu represália por parte de flamenguistas que estavam no local. O rubro-negro carioca foi eliminado da Libertadores justamente pelo Peñarol, o que deixou os torcedores ainda mais irritados. Nas redes sociais, o lateral afirmou se tratar de um mal entendido.
"Nação Rubro-Negra, como registrado nas redes sociais, estive na Praia do Recreio para resgatar dois amigos que estavam assustados com a confusão. Não participei de nenhum ato de violência. Perdemos contato assim que cheguei ao local. Esperei por 15 minutos e fui abordado por policiais militares que faziam o seu trabalho. Após tudo ser resolvido, me encaminhei para um almoço com os meus companheiros e comissão técnica. Já conversei com o vice-presidente de futebol, Marcos Braz. Peço desculpas pelo mal entendido e reafirmo o meu compromisso de levar o Flamengo aos títulos", escreveu o atleta.
Mais cedo, policiais do Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (Bepe) realizavam operação preventiva junto a um grupo de torcedores do Peñarol no Recreio quando receberam alerta de furto de celular em comércio. Após revista, o aparelho foi encontrado com um dos integrantes do grupo. O caso foi levado à 16ª DP.
Essa não é a primeira vez em que torcedores do Peñarol se envolvem em confusão no Rio. Em setembro, quando o time uruguaio enfrentou o Flamengo, um grupo de 20 uruguaios entrou em confronto com flamenguistas na Praia da Macumba, na zona oeste, com trocas de agressões. A PM foi acionada para intervir na briga.
Em 2020, Roberto Vieira de Almeida, torcedor de 54 anos do Flamengo, morreu após ficar dez meses internado em estado grave. Ele foi agredido por um uruguaio em abril de 2019 quando tentou separar uma briga entre uruguaios e flamenguistas na praia de Copacabana, horas antes de uma partida entre as equipes pela Libertadores.
Botafogo e Peñarol se enfrentam no Engenhão, às 21h30. Na madrugada desta quarta-feira, torcedores alvinegros realizaram um intenso foguetório em frente ao hotel onde o Peñarol está hospedado, na Barra da Tijuca. A partida de volta acontece na próxima quarta-feira, 30 de outubro, em Montevidéu.
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