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Líder e outro membro de torcida do Rosario Central são mortos na Argentina

Andrés "Pillín" Bracamonte, líder da barra brava do Rosario Central Imagem: Reprodução/X

Santa Fe, Argentina

10/11/2024 08h59

O líder da barra brava do Rosario Central, Andrés "Pillín" Bracamonte, foi morto a tiros na noite deste sábado (9), em Santa Fe, na Argentina. A ação aconteceu próximo do estádio Gigante de Arroyito, casa do clube, onde pouco antes o time havia perdido por 1 a 0 para o San Lorenzo pelo Campeonato Argentino.

Outro integrante da barra brava chamado Daniel Atardo, considerado braço direito de Pillín, também morreu em decorrência dos disparos. Ambos foram levados ao Hospital Provincial del Centenario, mas não resistiram.

Segundo publicou o portal argentino Infobae, os dois estavam em uma caminhonete Chevrolet S10 quando foram atacados. Testemunhas disseram ter ouvido entre sete e dez disparos. No momento do crime, havia pessoas ainda deixando o estádio e outras frequentavam um tradicional bar próximo dali. O promotor Alejandro Ferlazzo analisou a cena do crime e já solicitou à divisão de homicídios da polícia local os testemunhos ouvidos e imagens das câmeras de segurança.

Histórico de violência

Esta não foi a primeira vez que Pillín foi alvo de um ataque. Em agosto, ele já havia sido baleado, também próximo do estádio do Rosario Central, após um clássico contra o Newell's Old Boys. Na época, dois sujeitos em uma moto dispararam contra ele. Um tiro o atingiu de raspão nas costas, e outro feriu sua namorada.

De acordo com reportagem do site Olé, Pillín assumiu o comando da torcida organizada do Rosario nos anos 90. Ao longo de 20 anos, ele foi investigado por extorsão, revenda de ingressos e lavagem de dinheiro. O jornal Olé também afirma que que Pillín escapou de 29 tentativas de assassinato.

Por conta destas acusações, Pillín foi impedido de assistir à Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. A polícia o seguiu e ele foi deportado na ocasião.

O líder da barra brava também era julgado de violência de gênero. O Ministério Público da Argentina pediu prisão de dois anos para Pillín sob argumento de que ele agrediu a ex-namorada. As denúncias de ameaças foram feitas em 2018.

A polícia local investiga a barra brava do Rosario. Segundo o Infobae, uma organização criminosa responsável por venda de drogas na região Noroeste da cidade tenta cooptar torcidas organizadas. Suspeitas iniciais apontam que o assassinato de Pillín seria uma forma de tomar a organização da torcida.

Investigações também apontam que isso tem relação com outro assassinato, que aconteceu em 1º de outubro, quando Samuel Medina, também integrante da barra, foi morto com 16 tiros. Ele era genro de Ariel Máximo, considerado um líder da facção "Los Monos".

Uma reação a esse homicídio aconteceu no jogo entre Rosario Central e Banfield. Após o time abrir o placar, a barra brava estourou rojões e estendeu uma bandeira em homenagem a Medina. Na partida seguinte em casa, contra o Barracas, uma pessoa supostamente relacionada a facção Los Monos foi agredida no setor ocupado pela barra. O Rosario Central ainda não se pronunciou sobre a morte dos integrantes de sua torcida. Pillín foi uma das lideranças da barra brava por 25 anos.

A cidade de Rosario vive uma guerra do narcotráfico entre facções. Em março desde ano, o município de 1,3 milhões de habitantes chegou a paralisar atividades após uma série de homicídios. A onda de violência foi provocada por operações de revistas surpresas em cadeias da região.

A cidade é berço de Messi e Di María. O primeiro passou pela base do Newell's antes de mudar-se para Barcelona, enquanto o segundo chegou a jogar profissionalmente no Rosario Central.

Quando houve a possibilidade de Di María ser repatriado, no começo de 2024, familiares do jogador sofreram ameaças. "Eu tinha tudo pronto para voltar, mas as ameaças ultrapassaram todos os limites. Deixaram uma caixa com uma cabeça de porco e uma bala na testa, junto com uma nota dizendo que, se eu voltasse, a próxima cabeça seria da minha filha Pía", disse o atacante ao diário Olé, na época.

Conforme a polícia, a ação é uma reação de facções, que acreditam que operações contra elas poderiam aumentar em um cenário que estrelas como Di Maria estivessem na cidade. Messi também chegou a receber ameaças.

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