Rayssa Leal tira 9.1 na última nota, levanta a torcida e é tricampeã inédita do Super Crown
Fadinha, não. Rainha do Skate. Rayssa Leal foi coroada campeã da temporada 2024 da Street League Skateboarding (SLS), a liga mundial de street, ao vencer o Super Crown neste domingo, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, que recebeu o evento pelo segundo ano consecutivo. Sentindo-se em casa em solo paulistano, onde contou com o apoio incondicional dos fãs, a maranhense de 17 anos venceu as duas edições anteriores e, portanto, é tricampeã.
Com a apresentação frente a um público de mais de 16 mil pessoas, a skatista brasileira encerra um ano de muitas conquistas. Entre as mais importantes, está a sofrida medalha de bronze alcançada nos Jogos Olímpicos de Paris. Durante o circuito da SLS, venceu as etapas de San Diego e Tokyo, além de ter ficado em quarto lugar em Sydney e em segundo em Paris.
No atual do formato da liga mundial, os skatistas somam pontos durante etapas disputadas ao longo do ano, e os melhores colocados se classificam para a etapa final. São 10 classificados entre as mulheres e 17 entre os homens.
Rayssa chegou à final como segunda colocada do ranking da SLS, atrás apenas da japonesa Liz Akama, de 15 anos, e empatada em 370 pontos com a australiana Chloe Covell, de 14. As três garantiram vaga direta na final do Super Crown e não precisaram disputar a fase preliminar, no sábado, que terminou com mais três japonesas classificadas à decisão. Avançaram a atual campeã olímpica Coco Yoshizawa e a medalhista de ouro em Tóquio, Momiji Nishiya, além de Yumeka Oda.
A PROVA
Durante a prova, cada skatista apresentou duas voltas de 45 segundos pela pista e cinco manobras individuais. A nota final foi formada pela soma das quatro pontuações mais altas em ambas as seções, com apenas uma pontuação máxima de uma linha sendo contada para a pontuação final.
Em sua primeira volta, Ryassa mostrou muita classe e técnica. Escolheu bem os obstáculos, com combinações de flips e grinds nos corrimãos e caixotes para arrancar nota 8.2 dos juízes e assumir a liderança, desbancando a até então líder Coco Yoshizawa, que tinha 8.1. A primeira rodada de voltas terminou com Chloe Covell fechando o top 3.
A segunda bateria de voltas teve Covell elevando o nível da disputa com um switch flip na escada, somando 8,6. Em resposta, Rayssa abriu sua volta com duas variações de flips e fechou no corrimão para arrancar uma explosão de aplausos no Ginásio do Ibirapuera. Melhorou a própria nota, descartando o 8.2 e subindo para 8.5, mas terminou a rodada em segundo, atrás da australiana.
Então, veio a primeira de cinco rodadas de manobras. Quando chegou a vez de Rayssa, Yoshizawa havia acabado de conseguir a nota mais alta do dia, um 8.7, para assumir a liderança com 16.8. A brasileira tentou uma manobra de alta dificuldade e caiu, por isso zerou e foi para a quinta colocação. Pouco depois, Momiji Nishya arrancou um 8.9 e virou a líder, com 22.2 no total, seguida por Yoshizawa e Covell.
Assim como na rodada anterior, Rayssa foi ao chão em sua segunda tentativa de manobra. Estacionada com os 8.5 de sua melhor volta, a maranhense continuava em quinto lugar. As japonesas Akama, Nishya e Yoshizawa fechavam o top 3.
Na terceira tentativa, um frontside bluntslide shove-it, manobra de deslizamento no corrimão encerrada com um giro do skate, rendeu uma nota 9.1 para Rayssa fazer soar a sirene do Nine Club. Notas iguais ou acima de nove são dadas apenas para as manobras de nível mais difícil. Foi a pontuação mais alta da brasileira em uma manobra na SLS. Mas o nível estava muito alto e Yumeka Oda arrancou um 9.4 dos juízes.
Como caiu duas vezes e dois zeros, Rayssa continuava em sexto lugar quando começou a quarta rodada de voltas, na qual tirou um 8.7 que a colocou na liderança provisória, com 26.3. Na última volta, ela inflamou a torcida, cravou um 9.1 e se emocionou com mais uma taça em sua galeria de títulos.
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