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Líder islâmico proíbe exibição pública de jogos da Copa no Quênia

Da BBC

No Quênia

26/04/2010 16h25

Torcedores no nordeste do Quênia estão revoltados com a decisão de um líder muçulmano de fechar salas públicas de televisão nas semanas que precedem o início da Copa do Mundo.

Muitos quenianos assistem às partidas de futebol ao vivo, via satélite, em salões públicos, já que muitos não têm recursos para ter acesso à tecnologia em suas próprias casas.

Mas o xeque Khalif Mohammed fechou as salões da cidade de Mandera, dizendo que os canais por satélite expõem as crianças à pornografia.

A medida provocou revolta em uma nação onde o futebol é incrivelmente popular.

Crocodilos

O correspondente da BBC em Mandera, Bashkas Jugsodaay, disse que os torcedores lhe contaram que farão qualquer coisa para assistir à Copa do Mundo, que tem início dentro de seis semanas.

Alguns até disseram que planejam cruzar as águas do rio Dawa, infestadas por crocodilos, para assistir aos jogos no país vizinho, a Etiópia.

"Se os chefes (os líderes religiosos) não suspenderem a proibição, vou a qualquer lugar para ver a Copa, do primeiro ao último dia", disse um homem que não quis se identificar.

O xeque Mohammed disse que os salões de TV exercem má influência sobre as crianças locais e as incentivam a faltar às aulas.

"Se alguém quiser assistir à Copa do Mundo em casa, não há problema. Mas em público, não", ele disse à BBC.