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13/01/2010 - 18h40

Irritado, Adebayor evita assistir à Copa Africana de Nações

Da EFE
Em Lomé (Togo)

O atacante Emmanuel Adebayor, capitão da seleção do Togo, reclamou do tratamento das autoridades do futebol continental à sua equipe e confessou que, por conta disso, não quer saber de acompanhar a Copa Africana de Nações.

"Não penso muito na competição, e sim nos meus amigos Stan Ocloo e Abalo Amelete, mortos no ataque de Cabinda", disse o jogador do Manchester City à Agencia Efe ao citar o assessor de imprensa e o auxiliar-técnico da seleção, mortos em um ataque sexta passada.

O ônibus que transportava os jogadores da seleção do Togo, que era escoltado pela Polícia angolana, foi metralhado por membros da guerrilha separatista Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (Flec), pouco após entrar em território de Angola.

"Fomos alvo de um ataque dos rebeldes durante cerca de 30 minutos, foi uma loucura", lembrou Adebayor, que repudiou a atitude adotada posteriormente pela Confederação Africana de Futebol (CAF).

"Muitos homens morreram, mas temos a sensação de que isso não significou nada para eles", comentou, acrescentando que os membros da delegação não receberam apoio dos dirigentes. Para Adebayor, "a CAF e o Governo angolano tentaram tapar o assunto ao deixar entender que tudo ia bem, o que para mim é uma traição".

"O que queriam era superar seu desafio de organizar a Copa da África em Cabinda, sem se preocupar com nossas vidas", ressaltou o jogador.

Adebayor contou que o goleiro reserva Kodjovi Kadja Obilale, um dos oito feridos no ataque e que está hospitalizado na África do Sul, se encontra melhor, segundo as informações que recebeu. "Estamos rezando para que ele volte o mais rápido possível", disse.

O togolês ainda não voltou à Inglaterra para se juntar aos companheiros do Manchester City. Ele quer se recuperar mentalmente e pensar nas homenagens para as duas vítimas do ataque.

Em consequência dos fatos, o Governo do Togo ordenou a retirada da seleção da competição africana e assegurou que as autoridades de Angola não ofereciam as devidas garantias de segurança à delegação togolesa, que voltou a Lomé.

Togo declarou três dias de luto oficial, de segunda-feira até quarta-feira, pela morte de Ocloo e Abalo no atentado. Apesar de o Governo de Luanda ter assinado um acordo de paz com a maioria das facções da Flec em julho de 2006, alguns grupos dissidentes mantiveram a luta pela independência.

Apenas no ano passado que o Governo de Luanda, controlado desde a independência pelo Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), declarou como finalizada a guerra em Cabinda, uma das quatro sedes do torneio. Antes do início da Copa da África, que vai até o dia 31, alguns grupos rebeldes ameaçaram cometer atentados durante a competição. Duas organizações assumiram o ataque contra a seleção do Togo.

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