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20/04/2010 - 06h56

Audiência do "Calciopoli" é adiada por ausência de Ancelotti

Da EFE
Em Roma (Itália)

A audiência desta terça-feira do julgamento pelo chamado caso "Calciopoli", sistema de corrupção no futebol italiano revelado há três anos, teve que ser adiada perante a ausência do ex-treinador de Milan e Juventus, Carlo Ancelotti, que não compareceu devido ao caos aéreo europeu.

O atual treinador do Chelsea não conseguiu chegar a Nápoles (sul da Itália), onde está sendo realizado o processo, devido ao fechamento dos aeroportos de Londres pela nuvem de cinza provocada pela erupção de um vulcão na Islândia.

Também não chegaram à audiência outras testemunhas previstas para depor hoje, como o inspetor de polícia Claudio Salvagno, que se encarregou de recolher as escutas telefônicas.

Os juízes do Tribunal napolitano que analisa o caso fixaram para o próximo dia 27 a nova audiência, na qual serão ouvidos Ancelotti e o inspetor.

Durante a audiência de desta terça, os juízes aceitaram a admissão de 75 novas escutas telefônicas que supostamente colocariam clubes como Inter e Roma, que não tinham sido acusados anteriormente, na rede de corrupção do "calcio".

Os advogados do ex-dirigente da Juventus e principal acusado, Luciano Moggi, formalizaram o pedido aos juízes para que fossem incluídas as novas escutas.

Os advogados de Moggi querem provar, portanto, que o dirigente juventino não era o responsável pelo sistema de corrupção, mas "todos jantavam e se reuniam com os mentores da trama, e todas as equipes pediam para escolher os árbitros".

Entre as novas provas está incluída a conversa telefônica entre um dos responsáveis pela escolha dos árbitros, Paolo Bergamo, e o dirigente do Inter Giacinto Fachetti, já falecido.

Entre as novas escutas também há conversas entre o diretor esportivo da Roma em 2005, Daniele Pradè, e o ex-vice-presidente da Federação de Futebol, Innoccenzo Mazzini, assim como uma discussão entre os responsáveis pela escalação dos árbitros, na qual se fala sobre a súmula de um árbitro que teve que ser modificada para evitar uma dura sanção ao meia Francesco Totti, estrela da Roma.

As consequências esportivas da rede de corrupção foram pesadas. A Juventus perdeu os títulos que tinha conquistado em 2005 e 2006. O primeiro ficou vago, último foi repassado à Inter. Além disso, o time de Turim foi rebaixado para a Série B.

O caso "Calciopoli" causou também sanções contra outros clubes, entre eles Milan e a Lazio, além de dirigentes e árbitros.

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