Topo

Torcedores de clube israelense são detidos por racismo

Contratação dos chechenos de origem muçulmana revoltou parte da torcida do Beitar - AHMAD GHARABLI/AFP
Contratação dos chechenos de origem muçulmana revoltou parte da torcida do Beitar Imagem: AHMAD GHARABLI/AFP

Em Jerusalém (Israel)

31/01/2013 18h14

Atendendo a pedidos do presidente de Israel, que pediu medidas contra o racismo, a polícia israelense prendeu torcedores do Beitar de Jerusalém por incitação à violência no jogo contra o Bnei Yehuda de Tel-Aviv, no último sábado (26). O clube da capital israelense já havia sido multado pela Associação de Futebol Israelense (IFA).

"O último detido foi um jovem preso que será apresentado à corte nesta quinta por fazer comentários racistas e incitar a violência", informou o porta-voz da polícia israelense, Miki Rosenfeld.

No incidente, vários torcedores exibiram cartazes racistas, depois que o presidente do clube, Arkadi Gaidamak, anunciou que ia contratar dois jogadores chechenos de origem muçulmana. Dzhabrail Kadaev e Zaur Sadaev devem assinar contrato nesta sexta-feira (1º).

"Beitar pura para sempre", dizia um cartaz, que provocou várias críticas de comentaristas esportivos e políticos. O Beitar, inclusive, contratou seguranças particulares para os dois jogadores, segundo a emissora de rádio israelense "Kol Israel".

A Associação Israelense de Futebol multou a equipe em 50 mil shekels (R$ 26,8 mil) na quarta-feira pelo racismo de parte de sua torcida, além de ter que atuar nos próximos cinco jogos com portões fechados. No domingo, o presidente de Israel, Shimon Peres, pediu à entidade que tomasse medidas rápidas para dar fim à xenofobia nos estádios.

"O racismo atingiu o povo judeu mais forte que em qualquer outra nação no mundo. As autoridades devem impedi-lo antes que domine o local. Estou convencido de que todo o país está comovido por este episódio e nunca o aceitará", disse Peres em carta.

A ministra de Cultura e Esporte israelense, Limor Livnat, também condenou o fato ocorrido no estádio do Beitar e pediu a abertura de uma investigação. Já o presidente do Parlamento (Knesset), Reuven Rivlin, criticou: "os gritos a favor da pureza racial judia no Beitar são degradantes".