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Painel independente vai fiscalizar práticas anticorrupção no tênis

27/01/2016 01h58

Sydney (Austrália), 27 jan (EFE).- Os principais dirigentes do tênis mundial anunciaram nesta quarta-feira a criação de um painel de revisão independente de seu programa anticorrupção após a revelação de um escândalo envolvendo a suposta manipulação de jogos.

O presidente da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), Chris Kermode; o da Federação Internacional de Tênis (FIT), David Haggerty; e o cabeça da Unidade de Integridade do Tênis (TIU, sigla em inglês), Philip Brook, fizeram esse anúncio em uma entrevista coletiva conjunta em Melbourne, onde está sendo disputado o Aberto da Austrália.

"É algo sem precedentes. Os sete responsáveis do tênis se uniram rapidamente com um único propósito: restaurar a confiança pública em nosso esporte", disse Kermode na entrevista.

O painel de revisão independente foi proposto em resposta a uma investigação da emissora britânica "BBC" e do site "Buzzfeed" que acusa as autoridades de falhar em sua obrigação de investigar a fundo as provas de suposta corrupção e padrões irregulares nas apostas.

O britânico Adam Lewis, especialista em legislação esportiva, liderará o painel, que contará com três pessoas, analisará e informará a idoneidade e a eficácia do Programa Anticorrupção do Tênis, a transparência e os recursos de sua Unidade de Integridade, entre outros.

"Este painel de revisão pode olhar qualquer coisa, pode falar com qualquer pessoa, investigar tudo, e os quatro pontos mais importantes é que não haverá prazos para esta revisão. Levará o tempo que for necessário e custará o que tiver que custar", ressaltou Kermode.

Brook, por sua vez, assegurou que as entidades do tênis adotarão todas as recomendações do painel, que serão tornadas públicas, depois que as mesmas se comprometeram a "fazer tudo o que for necessário para erradicar a corrupção de nosso esporte".

Segundo a investigação que revelou o caso, divulgada há dez dias, logo antes do início do Aberto da Austrália, dezenas de jogadores estariam envolvidos na manipulação de jogos, inclusive vencedores de torneios de Grand Slam ainda em atividade, e redes de apostas na Rússia e na Itália.

Os jornalistas da "BBC" e do "Buzzfeed" fizeram referência a documentos vazados de uma investigação da Unidade de Integridade do Tênis para estudar irregularidades e casos de corrupção no esporte.

Após a denúncia, o tenista sérvio Novak Djokovic, o número 1 do mundo, revelou que recebeu uma oferta de US$ 200 mil em 2007 para perder um jogo, o que ele recusou, enquanto outros, como o brasileiro Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros, negaram qualquer vínculo com as práticas de corrupção.