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PSV tomará medidas contra torcedores que humilharam pedintes na Espanha

16/03/2016 15h50

Bruxelas, 15 mar (EFE).- O diretor do PSV Eindhoven, Toon Gerbrands, desvinculou "totalmente" nesta quarta-feira o clube dos incidentes "desagradáveis" protagonizados em Madri por torcedores holandeses, que humilharam e debocharam de um grupo de mulheres pedintes, e garantiu que serão tomadas as medidas apropriadas.

Em breve comunicado disponibilizado no site oficial do clube, Gerbrands ressaltou que a atitude destes torcedores "não corresponde aos valores" promovidos pelo PSV.

O dirigente declarou que o clube "fará todo o possível" para identificar os envolvidos, que "terão um problema grande" quando forem encontrados.

"O PSV tomará as medidas adequadas, entre as quais podem figurar a proibição de acesso ao estádio - e sanções mais severas. Quero deixar registrado que não queremos ter nada a ver com estas pessoas. Não pertencem ao nosso clube como casa", comentou.

Antes da partida entre o clube holandês e Atlético de Madrid, pelo jogo de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões, torcedores do PSV insultaram e proferiram expressões racistas a mulheres que pediam dinheiro nas ruas da cidade, que inclusive disputaram cédulas e moedas lançadas pelos turistas.

Além disso, outro grupo de torcedores protagonizou pela noite vários distúrbios nos arredores da Porta do Sol, onde causaram danos em vários carros e agrediram pedestres, o que resultou a detenção de seis deles.

O comportamento com as mulheres indigentes provocou repulsa tanto nas redes sociais como em dirigentes políticos e organizações sociais.

Em declarações à Agência Efe, Sara Giménez, do Departamento de Igualdade e Luta contra a Discriminação da Fundação Secretariado Cigano, mostrou repúdio pelos fatos, que significam "um atentado contra a dignidade de mulheres ciganas em situação de pobreza", unido a comentários "racistas e xenófobos".

Por isso, a Fundação Secretariado Cigano dará início a diversas ações, como pedir à Promotoria de Crimes de Ódio que investigue os fatos e estabeleçam as sanções correspondentes. A organização transmitirá sua queixa à Embaixada da Holanda e ao PSV Eindhoven, que "tem a responsabilidade de fazer com que seus torcedores não vulnerem os direitos das pessoas em nenhum lugar do mundo".

Entre outras medidas, Giménez cobrou que os clubes de futebol impeçam que as pessoas condenadas por este tipo de comportamento tenham acesso a suas instalações e incentivem campanhas de sensibilização para evitar condutas "antidesportivas e discriminatórias, que promovem o ódio".

O Movimento contra a Intolerância pediu a intervenção da Promotoria de Delitos de Ódio e solicitou que sejam averiguados os depoimentos e gravações disponíveis para fazer a acusação, em colaboração com a Embaixada da Holanda.

A entidade também exigiu que o Conselho Superior de Esportes solicite a aplicação do Código Disciplinar da Uefa, que prevê sanções quando "for insultada a dignidade humana de uma pessoa ou grupo de pessoas por qualquer motivo, incluindo a cor de pele, raça, religião ou origem étnica".

Após saber o ocorrido, a embaixada holandesa na Espanha lamentou profundamente a atitude dos torcedores e afirmou que se distancia "taxativamente" do comportamento demonstrado "por um grupo pequeno" de pessoas que "estragou o que deveria de ser a festa do futebol".

A prefeita de Madri, Manuela Carmena, se somou à repulsa e lamentou a "imagem terrível" da humilhação para o grupo de indigentes, incidente que a fez se sentir "envergonhada".

cae/vnm