Islândia faz história, mantém conto de fadas e tira Inglaterra da Eurocopa
Nice, 27 jun (EFE).- Estreante em Eurocopas, a Islândia, que já havia conseguido o feito de passar da fase de grupos, prolongou a duração de seu conto de fadas na competição nesta segunda-feira ao vencer a Inglaterra de virada, por 2 a 1, e se classificar para as quartas de final.
A épica vitória da modesta seleção islandesa ainda foi contada com requintes de drama para os fiéis torcedores que foram ao estádio Allianz Riviera, em Nice. Apesar da crença em um final feliz, eles foram abalados já no início do duelo, aos 3 minutos, quando Wayne Rooney abriu o placar em pênalti sofrido por Raheem Sterling.
Mas o revés não desanimou quem já se acostumou a acreditar no improvável, especialmente nesta Eurocopa, e a virada veio em apenas 14 minutos. Primeiro, aos 5, Ragnar Sigurdsson deixou tudo igual após cochilo da zaga inglesa em cobrança de lateral. Depois, aos 17, Sigthórsson recebeu na entrada da área e chutou rasteiro. Hart aceitou, e os gritos da torcida islandesa que já viraram uma atração nesta edição da Eurocopa ecooram com força nas arquibancadas.
A Islândia tentará escrever mais uma página desta saga no próximo domingo, no Stade de France, nos arredores de Paris. O adversário será mais uma pedreira: a anfitriã França, que bateu a Irlanda, também por 2 a 1, para chegar às quartas de final.
Se os irlandeses estão construindo um roteiro inédito, os ingleses vivem um filme de terror sem fim. Mais uma vez entre os favoritos, o 'English Team' encerra a participação na Eurocopa de mãos vazias. A baladada geração sequer conseguiu repetir a última edição do torneio, em caiu nas quartas de final.
Para os mais superticiosos, a eliminação inglesa tem nome, sobrenome e não estava em campo: Mick Jagger. O vocalista do Rolling Stones compareceu ao Allianz Riviera, postou uma mensagem de apoio à Inglaterra nas redes sociais, mas a apagou depois da virada. Assim como o conto de fadas islandês, o mito do roqueiro pé-frio ganhou novo capítulo.
O drama inglês pode ter se iniciado nas escolhas táticas do técnico Roy Hodgson. Para enfrentar uma equipe que, na teoria, entraria em campo para se defender, Hodgson apostou na velocidade de Raheem Sterling e Daniel Sturridge pelas pontas, com Rooney mais recuado pelo meio-campo, municiando Harry Kane no comando do ataque.
Mas o sueco Lars Lagerback manteve o mesmo esquema tático da fase de grupos, que, apesar de privilegiar a forte marcação, era mais do que efetivo nos contra-ataques. Não à toa a Islândia surpreendeu e tinha marcado em todas suas partidas até então na Eurocopa.
Mal a partida começou, Hodgson comemorou ter optado por Sterling. Logo aos 3 minutos, o meia do Manchester City foi lançado na área, passou pelo goleiro Hannes Halldórsson, mas acabou derrubado. Rooney cobrou no canto, com perfeição, e abriu o placar.
O que o técnico inglês não esperava, contudo, era uma surpreendente reação do adversário. Os ingleses mal tiveram tempo para comemorar. Aos 5 minutos, depois de cobrança de lateral na área, Kari Árnason desviou, e Ragnar Sigurdsson apareceu livre entre os zagueiros para deixar tudo igual.
A Inglaterra não sentiu o empate e seguiu pressionando a Islândia, que soube aproveitar novo contra-ataque e os espaços na defesa do rival para virar o jogo. Aos 17, Sigthórsson recebeu da entrada da área e chutou rasteiro. Hart tocou na bola, mas não com força suficiente para desviar sua trajetória e ela morreu na rede.
Era tudo que Lagerback e seus comandados queriam, especialmente depois de iniciar o duelo com um resultado adverso. Os islandeses se postaram na defesa, mantendo a estratégia de dar apenas botes certos no ataque. Atrás no placar, a Inglaterra partiu com ainda mais vontade para retomar a frente do marcador.
Kane teve a melhor chance de empatar ainda no primeiro tempo. Aos 26 minutos, Sturridge cruzou na segunda trave para o atacante do Tottenham, que emendou de primeira e obrigou Halldórsson, cineasta nas horas vagas, a fazer uma defesa digna de filme.
Com a derrota parcial, Hodgson resolveu fazer mudanças logo no intervalo, voltando para a etapa final com meia Jack Wilshere no lugar do volante Eric Dier. Dessa forma, os ingleses começaram rapidamente controlando a posse de bola, enquanto a Islândia, contente com o resultado, veio sem alterações.
Mas quem conseguiu ameaçar primeiro no segundo tempo foi a Islândia. Aos 10 minutos, depois de escanteio cobrado na área, a zaga inglesa afastou mal. A bola ficou viva no alto, sem ninguém cortar, e Ragnar Sigurdsson emendou uma bicliceta. Hart, desta vez esperto, conseguiu fazer a defesa em dois tempos.
Nervosa e sem conseguir criar, os jogadores ingleses protagonizavam lances pouco comuns para seu nível técnico. Aos 20, Kane bateu falta quase na bandeira de escanteio. Depois, aos 32, Wilshere cruzou na medida para o atacante do Tottenham, que, livre na pequena área, cabeceou nas mãos de Halldorsson.
No outro lado, a Islândia seguia perdendo chances de matar a partida. Aos 37, Gunnarsson foi lançado nas costas da defesa, conseguiu se livrar de Wilshere, que fazia a cobertura, mas parou mais uma vez em Hart, que tocou para escanteio.
Desesperado com o resultado, Hodgson apostou em James Vardy, vice-artilheiro do Inglês, e em Marcus Rashford, jovem promessa que marcou gols importantes pelo Manchester United desde que a estreia.
Os últimos minutos foram dramáticos, dignos de uma vitória épica. Já nos acréscimos, aos 48, Sturrigde recebeu na entrada da área e caprichou no cruzamento. Vardy subiu para cabecear, mas Arnasson se esticou para tocar a bola para escanteio e impedir o gol inglês.
Na sequência, no escanteio, Hart foi para área tentar marcar o gol que evitaria a eliminação, mas não tinha jeito. A Islândia escreveu a história outra vez.
Ficha técnica:.
Inglaterra: Hart; Walker, Cahill, Smalling e Rose; Dier (Wilshere), Alli e Rooney (Rashford); Sterling (Vardy), Sturridge e Kane. Técnico: Roy Hodgson.
Islândia: Halldorsson; Saevarsson, Arnason, Ragnar Sigurdsson e Skulason; Gudmundsson, Gylfi Sigurdsson, Gunnarson e Birkir Bjarnason; Sigthórsson (Elmar Bjarnason) e Bödvarsson (Traustason). Técnico: Lars Lagerback.
Árbitro: Damir Skomina (Eslovênia), auxiliado pelos compatriotas Jure Praprotnik e Robert Vukan.
Gols: Rooney (Inglaterra); Ragnar Sigurdsson e Sigthórsson (Islândia).
Cartões Amarelos: Gylfi Sigurdsson e Gunnarson (Islândia); Sturridge (Inglaterra).
Estádio: Allianz Riviera, em Nice (França).
A épica vitória da modesta seleção islandesa ainda foi contada com requintes de drama para os fiéis torcedores que foram ao estádio Allianz Riviera, em Nice. Apesar da crença em um final feliz, eles foram abalados já no início do duelo, aos 3 minutos, quando Wayne Rooney abriu o placar em pênalti sofrido por Raheem Sterling.
Mas o revés não desanimou quem já se acostumou a acreditar no improvável, especialmente nesta Eurocopa, e a virada veio em apenas 14 minutos. Primeiro, aos 5, Ragnar Sigurdsson deixou tudo igual após cochilo da zaga inglesa em cobrança de lateral. Depois, aos 17, Sigthórsson recebeu na entrada da área e chutou rasteiro. Hart aceitou, e os gritos da torcida islandesa que já viraram uma atração nesta edição da Eurocopa ecooram com força nas arquibancadas.
A Islândia tentará escrever mais uma página desta saga no próximo domingo, no Stade de France, nos arredores de Paris. O adversário será mais uma pedreira: a anfitriã França, que bateu a Irlanda, também por 2 a 1, para chegar às quartas de final.
Se os irlandeses estão construindo um roteiro inédito, os ingleses vivem um filme de terror sem fim. Mais uma vez entre os favoritos, o 'English Team' encerra a participação na Eurocopa de mãos vazias. A baladada geração sequer conseguiu repetir a última edição do torneio, em caiu nas quartas de final.
Para os mais superticiosos, a eliminação inglesa tem nome, sobrenome e não estava em campo: Mick Jagger. O vocalista do Rolling Stones compareceu ao Allianz Riviera, postou uma mensagem de apoio à Inglaterra nas redes sociais, mas a apagou depois da virada. Assim como o conto de fadas islandês, o mito do roqueiro pé-frio ganhou novo capítulo.
O drama inglês pode ter se iniciado nas escolhas táticas do técnico Roy Hodgson. Para enfrentar uma equipe que, na teoria, entraria em campo para se defender, Hodgson apostou na velocidade de Raheem Sterling e Daniel Sturridge pelas pontas, com Rooney mais recuado pelo meio-campo, municiando Harry Kane no comando do ataque.
Mas o sueco Lars Lagerback manteve o mesmo esquema tático da fase de grupos, que, apesar de privilegiar a forte marcação, era mais do que efetivo nos contra-ataques. Não à toa a Islândia surpreendeu e tinha marcado em todas suas partidas até então na Eurocopa.
Mal a partida começou, Hodgson comemorou ter optado por Sterling. Logo aos 3 minutos, o meia do Manchester City foi lançado na área, passou pelo goleiro Hannes Halldórsson, mas acabou derrubado. Rooney cobrou no canto, com perfeição, e abriu o placar.
O que o técnico inglês não esperava, contudo, era uma surpreendente reação do adversário. Os ingleses mal tiveram tempo para comemorar. Aos 5 minutos, depois de cobrança de lateral na área, Kari Árnason desviou, e Ragnar Sigurdsson apareceu livre entre os zagueiros para deixar tudo igual.
A Inglaterra não sentiu o empate e seguiu pressionando a Islândia, que soube aproveitar novo contra-ataque e os espaços na defesa do rival para virar o jogo. Aos 17, Sigthórsson recebeu da entrada da área e chutou rasteiro. Hart tocou na bola, mas não com força suficiente para desviar sua trajetória e ela morreu na rede.
Era tudo que Lagerback e seus comandados queriam, especialmente depois de iniciar o duelo com um resultado adverso. Os islandeses se postaram na defesa, mantendo a estratégia de dar apenas botes certos no ataque. Atrás no placar, a Inglaterra partiu com ainda mais vontade para retomar a frente do marcador.
Kane teve a melhor chance de empatar ainda no primeiro tempo. Aos 26 minutos, Sturridge cruzou na segunda trave para o atacante do Tottenham, que emendou de primeira e obrigou Halldórsson, cineasta nas horas vagas, a fazer uma defesa digna de filme.
Com a derrota parcial, Hodgson resolveu fazer mudanças logo no intervalo, voltando para a etapa final com meia Jack Wilshere no lugar do volante Eric Dier. Dessa forma, os ingleses começaram rapidamente controlando a posse de bola, enquanto a Islândia, contente com o resultado, veio sem alterações.
Mas quem conseguiu ameaçar primeiro no segundo tempo foi a Islândia. Aos 10 minutos, depois de escanteio cobrado na área, a zaga inglesa afastou mal. A bola ficou viva no alto, sem ninguém cortar, e Ragnar Sigurdsson emendou uma bicliceta. Hart, desta vez esperto, conseguiu fazer a defesa em dois tempos.
Nervosa e sem conseguir criar, os jogadores ingleses protagonizavam lances pouco comuns para seu nível técnico. Aos 20, Kane bateu falta quase na bandeira de escanteio. Depois, aos 32, Wilshere cruzou na medida para o atacante do Tottenham, que, livre na pequena área, cabeceou nas mãos de Halldorsson.
No outro lado, a Islândia seguia perdendo chances de matar a partida. Aos 37, Gunnarsson foi lançado nas costas da defesa, conseguiu se livrar de Wilshere, que fazia a cobertura, mas parou mais uma vez em Hart, que tocou para escanteio.
Desesperado com o resultado, Hodgson apostou em James Vardy, vice-artilheiro do Inglês, e em Marcus Rashford, jovem promessa que marcou gols importantes pelo Manchester United desde que a estreia.
Os últimos minutos foram dramáticos, dignos de uma vitória épica. Já nos acréscimos, aos 48, Sturrigde recebeu na entrada da área e caprichou no cruzamento. Vardy subiu para cabecear, mas Arnasson se esticou para tocar a bola para escanteio e impedir o gol inglês.
Na sequência, no escanteio, Hart foi para área tentar marcar o gol que evitaria a eliminação, mas não tinha jeito. A Islândia escreveu a história outra vez.
Ficha técnica:.
Inglaterra: Hart; Walker, Cahill, Smalling e Rose; Dier (Wilshere), Alli e Rooney (Rashford); Sterling (Vardy), Sturridge e Kane. Técnico: Roy Hodgson.
Islândia: Halldorsson; Saevarsson, Arnason, Ragnar Sigurdsson e Skulason; Gudmundsson, Gylfi Sigurdsson, Gunnarson e Birkir Bjarnason; Sigthórsson (Elmar Bjarnason) e Bödvarsson (Traustason). Técnico: Lars Lagerback.
Árbitro: Damir Skomina (Eslovênia), auxiliado pelos compatriotas Jure Praprotnik e Robert Vukan.
Gols: Rooney (Inglaterra); Ragnar Sigurdsson e Sigthórsson (Islândia).
Cartões Amarelos: Gylfi Sigurdsson e Gunnarson (Islândia); Sturridge (Inglaterra).
Estádio: Allianz Riviera, em Nice (França).
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