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Meninas vestidas de homens são barradas em estádio de futebol no Irã

Torcedoras foram flagradas no Estádio Azadi, em Teerã (foto), mas não foram detidas - Samy Adghirni/Folhapress
Torcedoras foram flagradas no Estádio Azadi, em Teerã (foto), mas não foram detidas Imagem: Samy Adghirni/Folhapress

Da EFE, em Teerã (Irã)

14/02/2017 16h51

As autoridades iranianas impediram novamente o acesso de oito mulheres a um estádio de futebol, após as torcedoras serem descobertas com disfarce de homens para tentarem contornar a proibição do público feminino nas instalações esportivas.

Um representante do Ministério do Interior, Ali Reza Adeli, informou nesta terça-feira à agência semioficial "Tasnim" que as mulheres foram barradas no domingo, no Estádio Azadi, no sudoeste de Teerã.

As meninas, que não foram detidas, queriam assistir à partida disputada entre Esteghlal e Persepolis, mas foram descobertas pelos guardas de segurança apesar da vestimenta masculina, explicou Adeli.

Não é a primeira vez que isto ocorre no Irã e, segundo o representante do ministério, esta proibição continuará a valer pelo bem das mulheres, às quais recomendou assistir os jogos pela televisão.

Na semana passada, outras três meninas foram barradas quando tentavam assistir o jogo entre Esteghlal e al-Sadr. A legislação iraniana estabelece desde o triunfo da Revolução Islâmica, em 1979, uma rígida separação entre os sexos em espaços públicos e proíbe a presença de mulheres nos estádios.

As autoridades alegam que esta proibição tem o objetivo de proteger as mulheres da exposição à violência e à linguagem de baixo calão presentes em eventos esportivos.

O governo moderado do presidente Hassan Rohani tentou suspender estas restrições, e conseguiu em alguns eventos, apesar das pressões dos ultraconservadores.

Esta proibição foi condenada por diversas organizações internacionais como Human Rights Watch (HRW), que argumentam que a presença nos estádios é um direito básico de todos os cidadãos.