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Com Nuzman na disputa, Odepa elegerá novo presidente nesta semana

24/04/2017 15h41

Montevidéu, 24 abr (EFE).- A Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) elegerá um novo presidente nesta semana, com os presidentes dos Comites Olímpicos Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman; Dominicano, José Joaquín Puello; e Chileno, Neven Ilic, como candidatos.

A Assembleia Geral que decidirá o novo mandatário começará na terça-feira e será concluída na quarta-feira na cidade uruguaia de Punta del Este.

A disputa pelo cargo começou no dia 25 de janeiro, quando foi encerrado o prazo para os Comités Olímpicos Nacionais receberem candidaturas, e começou com cinco candidatos.

Além dos três atuais, estavam na lista Richard Peterkin, de Santa Lúcia, que pouco depois desistiu, e Keith Joseph, de São Vicente e Granadinas, que saiu da disputa em abril.

A Assembleia Geral reunirá representantes dos 41 Comitês Olímpicos da América e presidentes de Confederações Pan-Americanas e Mundiais dos atletas do programa olímpico.

No evento, estarão presentes o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, e outras autoridades como o presidente da Associação Mundial de Comitês Olímpicos Nacionais (ACNO), o xeque kuwatiano Ahmad Al Fahad al Sabah.

A Odepa, que atualmente é liderada pelo uruguaio Julio César Maglione, foi dirigida durante 40 anos pelo mexicano Mario Vázquez Raña, que deixou de ocupar o cargo quando morreu, em fevereiro de 2015.

Maglione ocupou o cargo de forma interina até completar o mandato para o qual Vázquez Raña havia sido eleito. Com isso, a Odepa terá a primeira disputa eleitoral depois de quatro décadas.

Em entrevista à Agência Efe, Nuzman declarou que, caso seja eleito, buscará "modernizar e profissionalizar" a Odepa com a meta de incluir o atleta "em cada comissão de trabalho", contar com um Comitê de Ético de máxima exigência e "aumentar as cotas de classificação olímpica nos Jogos Pan-Americanos".

O candidato brasileiro defendeu sua "história" como dirigente e sua capacidade para "colocá-la a serviço do esporte das Américas".

"É a história que tenho: experiência, compromisso e paixão. Os Jogos do Rio de Janeiro foram as comprovações", disse Nuzman, que presidiu o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos realizados na capital fluminense em agosto do ano passado, a única edição disputada na América do Sul até hoje.

De acordo com Nuzman, a "Odepa será mais forte e mais importante se todos os países trabalharem juntos pelos jovens".

"Não podemos ter subgrupos regionais dentro da Odepa, como alguns querem. Necessitamos uma organização mais moderna, mais digital, mais profissional, mais diversa, mais inclusiva. Os Pan-Americanos têm que recuperar sua glória, seu prestígio", disse.

Nuzman também se comprometeu a "melhorar as relações com as federações internacionais para que os Jogos Pan-Americanos ofereçam mais cotas de classificação para os Jogos Olímpicos".

"É fundamental. Isso nos permitiria aumentar sua qualidade e nos daria, além disso, a possibilidade de melhorar os contratos de televisão", acrescentou o brasileiro, que considera "impressionante" que a ODEPA "jamais tenha tido um patrocinador individual".

O dominicano José Joaquín Puello explicou que pretende ampliar o investimento da entidade nos atletas, aplicar uma política de "transparência total" e reduzir os elevados custos dos Jogos Pan-Americanos.

Já o chileno Neven Ilic, segundo a imprensa chilena, buscará "o fortalecimento da Odepa", apoiar de maneira permanente os comitês nacionais e elaborar programas que permitam incrementar o nível esportivo de seus filiados.

A eleição está prevista para a quarta-feira, na reunião matinal. O primeiro desafio do novo mandatário será definir o futuro da próxima edição dos Jogos Pan-Americanos, que será sediada em Lima em 2019, mas que esteve cercada de incertezas devido ao atraso nas verbas orçamentais.

Desde que a temporada de chuvas no Peru começou, em dezembro, as inundações deixaram 106 mortos, 18 desaparecidos, 364 feridos e mais aproximadamente um milhão de afetados, segundo o último relatório de danos.

Várias vozes da vida política e social peruana, entre elas a do prefeito de Lima, Luis Castañeda, pediram o cancelamento dos Jogos Pan-Americanos para destinar os recursos à ajuda às vítimas, mas tanto o governo como os organizadores confirmaram o evento.