Topo

Governo grego reforçará segurança em estádios para combater violência

19/03/2019 15h01

Atenas, 15 mar (EFE).- O Governo grego anunciou nesta terça-feira que reforçará a segurança nos estádios e concederá maiores poderes para a segurança privada para fazer frente à violência crônica vivida no futebol do país.

O ministro de Esportes da Grécia, Yorgos Vasiliadis, afirmou nesta terça-feira em entrevista à rádio "News24/7" que nas próximas semanas apresentará no Parlamento uma emenda que permitirá aos vigilantes entregar torcedores violentos à polícia.

No último domingo, o clássico entre Panathinaikos e Olympiacos foi suspenso devido a uma confusão na parte de fora do Estádio Olímpico Spiros Louis. Foi a terceira vez desde 2015 que um duelo entre as equipes acabou antes da hora.

"O problema maior é a convicção dos torcedores de que não serão castigados", destacou Vasiliadis, que acrescentou que pela primeira vez foi aplicada a nova lei que permite a proibição da entrada de torcedores violentos em estádios.

Em 2015, após a primeira dessas suspensões, o Governo de Alexis Tsipras interrompeu o Campeonato Grego até que fossem aplicadas medidas de segurança previstas em lei desde 2002, mas nunca cobradas. Embora os clubes tenham sido obrigados a implementar um sistema eletrônico de acesso dos torcedores aos estádios, que permite identificar cada pessoa que entre, a violência não diminuiu.

Nos últimos três anos, o campeonato foi suspenso três vezes, duas por decisão do Governo e uma por causa de uma greve de árbitros. Embora haja punições para clubes cujos torcedores se envolvam em incidentes violentos, os conflitos continuam.

O PAOK Salônica, líder da competição, iniciou a disputa com dois pontos a menos como punição por incidentes ocorridos na partida contra o AEK Atenas na temporada passada. Na ocasião, o presidente do PAOK, Ivan Savvidis, invadiu o gramado com uma arma por estar insatisfeito com decisões da arbitragem.

À violência, soma-se a corrupção crônica que reina na Federação Grega de Futebol (EPO) e as denúncias recorrentes de combinação de resultados. Em 2017, pressionada pela Fifa, que ameaçou tirar a seleção e os times locais das competições internacionais, a EPO se viu obrigada a mudar o estatuto e aceitar um supervisor da entidade internacional. EFE