Bicampeã olímpica de BMX fica retida em aeroporto após acusação inusitada

A ciclista colombiana de BMX Mariana Pajón, atual bicampeã olímpica, ficou retida hoje por algumas horas no aeroporto de Mendoza, na Argentina, junto com companheiros de seleção, sob uma curiosa acusação: a de que queriam vender as bicicletas que usariam em uma competição.

A atleta, que disputará nos próximos dias uma competição em San Juan que conta pontos para a classificação aos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, contou toda a história nos 'stories' do Instagram com bom humor.

"Não nos deixam tirar a bagagem, porque acham que vamos vendê-las aqui na Argentina. Estamos retidos, literalmente", contou.

Mariana aproveitou para entrevistar o irmão Miguel Pajón, que também faz parte da delegação da Colômbia que participará da competição.

"Disseram que não poderiam deixar as bicicletas entrarem no país, porque havia risco de que as vendêssemos", explicou a ciclista, que reclamou do atendimento recebido pelos funcionários do aeroporto.

"Quando entramos, demoraram um pouco porque tinham que ver o nosso histórico criminal, porque éramos colombianos. Agora estamos aqui porque vamos vender as bagagens. Muito triste que isso continue acontecendo", lamentou.

Por causa da confusão, os colombianos decidiram "aproveitar o tempo", como Mariana explicou, e começaram a se exercitar no próprio aeroporto. Instalações do local chegaram a virar uma "maca" improvisada para a realização de trabalho de fisioterapia.

Funcionários do aeroporto confirmaram à Agência Efe que Mariana, campeã do BMX nos Jogos de Londres, em 2012, e do Rio, em 2016, assim como os demais ciclistas, foram autorizados a sair depois de algumas horas.

Segundo a Administração Federal de Receita Pública da Argentina (Afip), os atletas não foram retidos na alfândega, que tem como único objetivo controlar mercadorias que entram no país.

"Os atletas colombianos não tinham a permissão de importação temporária das bicicletas para entrar com elas na Argentina e não podemos deixar nem eles nem ninguém com uma mercadoria que depois vai ser levada para fora do país", disse um porta-voz do órgão.

A Afip ainda afirmou que Mariana e seus companheiros de seleção conseguiu a permissão no início da tarde e assim pode seguir viagem rumo à Colômbia.