Jesus e Gallardo prometem duelo de posse de bola na final da Libertadores
A final da Taça Libertadores, que será disputada neste sábado, em Lima, no Peru, terá nos bancos de reservas dois amantes do futebol de posse de bola: o argentino Marcelo Gallardo, no River Plate, e o português Jorge Jesus, no Flamengo.
O sul-americano, de 43 anos, e o europeu, de 65, foram forjados em escolas diferentes e distantes geograficamente, mas apresentam estilos que têm certas semelhanças, com a busca pelo controle de jogo, muitas trocas de passes para fazer a bola chegar aos atacantes e ideia de ser sempre ofensivo.
O esquema mais utilizado de Gallardo é o 4-4-2, que por alguns momentos pode derivar para o 4-4-3, graças à polivalência de jogadores como o uruguaio Nicolás De la Cruz, que pode assumir várias posições nos setores de meio e de ataque.
Jesus, no Fla, quando contou com força máxima, apostou no 4-2-3-1, mas a versatilidade de jogadores como Gerson, do também uruguaio Giorgian De Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabriel, são muitas as variações ofensivas.
Terceira de Gallardo
O técnico do River Plate disputará neste sábado a terceira final de Libertadores, a segunda consecutiva. Em 2015, Gallardo comandou os 'Millonarios' na decisão vencida sobre o Tigres, do México; e no ano passado na conquista do título sobre o arquirrival, Boca Juniors.
Caso saia de campo campeão mais uma vez, 'Muñeco' (Boneco, em português), como é conhecido na Argentina, igualaria o compatriota Osvaldo Zubeldía, que foi campeão três vezes com o Independiente, entre 1968 e 1970, e ficaria a uma taça de igualar o também argentino Carlos Bianchi.
Na quinta temporada no comando do River, Gallardo ainda pode ser campeão da Copa da Argentina, em que está na decisão, e ocupa a quarta colocação do campeonato nacional, 12 pontos atrás do líder, Racing.
Desde que assumiu a equipe, os 'Millonarios' vivem um dos melhores momentos da história, já que além de duas Libertadores, venceu uma Copa Sul-Americana, três Recopas, uma Copa Suruga Bank, duas Copas das Argentina e uma Supercopa nacional.
Jesus e as finais perdidas
Sob o comando do Flamengo, Jorge Jesus tem a chance de conquistar pela primeira vez na carreira um título continental, depois de duas derrotas sofridas quando ainda comandava o Benfica, ambas pela Liga Europa, a segunda competição de clubes em importância organizada pela Uefa.
Em 2012-2013, os Encarnados foram superados pelo Chelsea, na Amsterdã Arena, na Holanda. Na temporada seguinte, foi a vez da equipe lisboeta ser derrotada pelo Sevilla, no Juventus Stadium, na Itália.
Domesticamente, Jesus é considerado um dos maiores vencedores do futebol português, com três títulos do campeonato nacional, um da Taça de Portugal, seis da Taça da Liga, além de duas Supercopas, seja com Benfica ou com o Sporting.
O português conseguiu com o Flamengo chegar à final logo na primeira participação na Libertadores, exatamente o mesmo que Gallardo fez em 2015, logo na estreia na competição continental. Neste sábado, terá a chance de repetir o feito do adversário de erguer a taça .
Europeus na Libertadores
Jesus, caso conquiste o torneio com o Rubro-Negro, será o segundo europeu a vencer a principal disputa sul-americana, depois do iugoslavo Mirko Jozic, que levou o Colo-Colo, do Chile, ao único título do clube, em 1991.
Em decisões, o português é o terceiro treinador do Velho Continente, já que o húngaro Bela Guttmann, que teve passagem pelo São Paulo, foi vice-campeão com o Peñarol em 1962, derrotado pelo Santos, curiosamente, depois de deixar o Benfica.
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