Clubes de futebol da Holanda se unem em protesto conjunto contra o racismo
Haia, 22 nov (EFE) — Os clubes de futebol da Holanda decidiram se manifestar conjuntamente contra o racismo, em protesto iniciado nesta sexta-feira, em jogos da segunda divisão do campeonato nacional, que se repetirá no fim de semana na elite masculina e na competição feminina.
Após o apito inicial de cada partida, os jogadores se manterão imóveis durante os primeiros 60 segundos, enquanto os placares eletrônicos mostrarão a seguinte mensagem: "Racismo? Então não jogamos".
"Ao fazer uma declaração assim, no gramado, o futebol dá um claro sinal de que já basta. Além disso, há um impacto tanto nos torcedores, como naqueles que não são", afirmaram os clubes, em comunicado conjunto.
Para compensar o minuto do protesto, foi solicitado que a Federação Holandesa oriente os árbitros a acrescentarem o período nos acréscimos do primeiro tempo.
A ação é uma resposta aos insultos racistas contra o holandês de origem guineense Ahmad Mendes Moreira, do Excelsior, sofridos na visita da equipe de Roterdã ao Den Bosch, em partida válida pela segunda divisão, no último domingo.
O próprio jogador admitiu que tentou ignorar as ofensas no início, mas conforme as manifestações aumentaram, os companheiros cobraram que o árbitro interrompesse o jogo até o fim dos atos dos torcedores, o que aconteceu.
Aos 44 do primeiro tempo, o atacante dos Excelsior marcou um gol, correu em direção ao setor onde estavam os racistas, abriu os braços e colocou as mãos nos ouvidos, em meio as vaias dos adversários.
"Fiz aquilo porque estava carregado de emoções. Pode ser que não tenha sido muito prudente, mas não pude evitar", admitiu Moreira.
Na última terça-feira, durante comemoração de gol da seleção holandesa, o volante Georginio Wijnaldum, que é negro, comemorou junto com o meia Frenkie de Jong, que é branco, ambos juntando os braços, como forma de condenar os atos de ódio no futebol.
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