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COI garante realização dos Jogos, mas admite necessidade de adaptações

Faltando menos de seis meses para os Jogos, as dúvidas permanecem - Issei Kato/Reuters
Faltando menos de seis meses para os Jogos, as dúvidas permanecem Imagem: Issei Kato/Reuters

28/01/2021 02h52

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, declarou nesta quarta-feira que ele e toda a entidade estão focados na realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio neste ano e garantiu que o evento acontecerá, mesmo que sejam necessárias mudanças no formato.

"Não estamos desperdiçando tempo e energia com especulações. Estamos totalmente concentrados na cerimônia de abertura em 23 de julho", afirmou o dirigente alemão em uma entrevista coletiva após uma reunião do Comitê Executivo do COI.

Bach destacou que neste momento é difícil saber qual será a situação da pandemia do coronavírus quando os Jogos chegarem e pediu paciência e compreensão para os atletas, a população japonesa e outras partes envolvidas.

A crise sanitária impediu a realização do maior evento esportivo do planeta no ano passado e levou o adiamento para este ano. Entretanto, ainda não há garantia de que desta vez será possível competir.

Bach, no entanto, afirmou que a questão nunca foi se haverá Jogos Olímpicos em julho, mas como eles serão. Ele precisou anunciar uma concessão: a reunião que a entidade realizaria pessoalmente em Atenas em março, do dia 10 ao dia 12, será feita por videoconferência. O alemão será reeleito para a Presidência do COI.

O dirigente fez questão de deixar claro também que não quer que atleta algum fure a fila nas campanhas de vacinação, porque a prioridade, como ele frisou, são "os trabalhadores da saúde que salvam vidas". Mas Bach ressaltou que pediu aos comitês olímpicos nacionais que perguntassem a seus governos se, numa etapa posterior, os atletas terão acesso.

Tóquio 2020, a questão que praticamente monopolizou a coletiva, levou o presidente do COI a lembrar que a organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos é desafiadora.

"A complexidade é multiplicada quando se trata de uma edição dos Jogos adiada por uma pandemia. Estamos aprendendo todos os dias. A luta contra o vírus é uma luta difícil. Mas vamos lutar por e como os olímpicos", comentou.

"Há muitas especulações em torno de Tóquio 2020 que estão prejudicando os atletas. Há especulações sobre o cancelamento, sobre um plano B, sobre tudo. Alguns estão até fazendo a proposta de levar os Jogos para outro país ou de adiar os Jogos para 2032. Imaginem dizer isso a um atleta que está se preparando para os Jogos agora mesmo...", completou.

Bach lembrou que a situação dos Jogos está sendo discutida dentro do COI e de maneira externa com autoridades japonesas e com a Organização Mundial da Saúde.

"Confiamos no conselho das diversas autoridades, do governo japonês, da OMS, dos fabricantes de vacinas, de todos os especialistas. A partir das consultas com todos eles, podemos concluir que é muito cedo para saber que medidas serão apropriadas quando os Jogos chegarem. Todos nós temos que ser pacientes e diligentes", disse.

Mesmo assim, o presidente anunciou para fevereiro uma primeira versão de um guia de medidas para os diferentes grupos de participantes para protegerem a si mesmos e aos outros durante o evento. O documento será constantemente atualizado.

Bach mencionou as diversas competições que estão acontecendo atualmente no mundo, nas quais foi encontrado um número irrelevante de casos positivos de coronavírus, o que, destacou ele, dá ao COI muita confiança para o mês de julho.

"Nosso trabalho é organizar os Jogos Olímpicos e não cancelá-los. Nosso trabalho é tornar realidade os sonhos olímpicos dos atletas. É nisto que estamos trabalhando dia e noite. Não vamos alimentar a especulação", reiterou o alemão.

De acordo com os números divulgados durante a reunião do Comitê Executivo do COI, 61% das vagas para Tóquio 2020 já foram alocadas, outros 25% serão fechadas durante o período de classificação nos próximos meses e os últimos 14% serão selecionados através do ranking de cada esporte.

Perguntado se existe uma data limite para garantir os Jogos, Bach respondeu que há diferentes prazos para os diferentes aspectos organizacionais. Ele se referiu particularmente à presença do público nos estádios e comentou que estava nas mãos do comitê organizador para lançar seu programa de venda de ingressos. "Isso não pode ser adiado para sempre", admitiu.