OMS pede que Brasil avalie os riscos de sediar a Copa América
"Aconselhamos que qualquer país que organize um evento de massa, especialmente onde haja transmissão comunitária, certifique-se de que tem uma gestão de risco adequada e quando isso não pode ser garantido, os países devem reconsiderar a sua decisão", disse o diretor de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan.
A decisão do presidente Jair Bolsonaro de aceitar que as partidas da Copa América sejam disputadas no país gerou uma grande polêmica, em um momento em que o Brasil continua sendo a segunda nação do mundo com mais casos e mortes semanais por covid-19, atrás somente da Índia.
Ryan recordou que os grandes eventos esportivos são especialmente complexos, exigem muita preparação e um bom gerenciamento de riscos e que, mesmo que essas condições sejam atendidas, o risco nunca será zero.
"A OMS não pode tomar decisões por governos ou comitês organizadores. Fazemos uma avaliação de risco e aconselhamos sobre eventos de grande porte quando nos pedem, sejam religiosos, esportivos ou outros", comentou, sem especificar se o governo brasileiro se dirigiu à OMS para pedir este conselho.
Mike Ryan reiterou que os países são soberanos nas suas decisões, mas insistiu que se quiserem receber eventos onde haverá multidões, devem ter a capacidade de medir e gerir os riscos envolvidos, o que evitará que se torne um foco de transmissão da covid-19.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse hoje que a tendência global de diminuição do número semanal de casos e mortes por covid-19 continua, mas essa melhora não é geral e agora a pandemia evolui em duas velocidades, dependendo dos países e regiões.
Assim, por exemplo, enquanto as mortes diminuíram em todo o mundo, aumentaram na última semana nos continentes americano e africano, além da região da Ásia-Pacífico.
Ele repetiu o conselho que a OMS vem tentando transmitir aos países durante semanas e meses, de não suspender rapidamente as medidas preventivas, apesar de ter alcançado uma elevada taxa de imunização entre sua população.
Além disso, sugeriu que tal decisão fosse feita de acordo com o nível de transmissão do coronavírus, as variantes em circulação e a capacidade de resposta do sistema sanitário.
"A suspensão das medidas muito rapidamente pode ser desastrosa para aqueles que ainda não foram vacinados", disse Tedros.
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