Mãe diz que Djokovic foi vítima de 'tortura' por retenção na Austrália
Dijana Djokovic, mãe de Novak Djokovic, afirmou nesta segunda-feira (10) que o tenista número um do mundo foi vítima de "tortura" durante o tempo retido na Austrália e que a decisão judicial que lhe permite entrar no país foi a maior vitória de sua carreira.
Ela fez as declarações em uma entrevista coletiva em Belgrado, na Sérvia, na qual comentou a decisão da corte que, mais cedo, deu ao tenista permissão para permanecer na Austrália, apesar de não ter sido vacinado contra a covid-19, embora o governo ainda considere deportá-lo.
A mãe de Djokovic disse estar preocupada que o governo australiano tome essa decisão, apesar do entendimento da corte a favor do tenista.
"Não quero pensar nisso, mas que ele ficará livre e jogará (o Aberto da Austrália)", declarou.
Já o pai do tenista, Srdjan, que também participou da coletiva, classificou a decisão judicial como uma grande vitória não apenas para Djokovic, como para "todo o mundo livre".
Perguntado sobre como o tenista se sente e como todo o caso influenciará sua performance em quadra, Srdjan disse que isso não vai afetá-lo.
"Novak está ótimo. Ele tem tamanha força mental que tudo isso não o alterou em nada, mas lhe deu energia extra. Ele mal pode esperar pelo dia 17, para que o torneio comece. Ele ganhará os próximos dez torneios", afirmou, confiante.
Já Djordje Djokovic, irmão do tenista, contou que Novak está treinando, e agradeceu ao juiz responsável pelo caso por ter mostrado "a verdade, e nada mais que a verdade".
Além disso, ele enviou uma saudação a todos aqueles que apoiaram o tenista durante sua retenção de seis dias em um hotel em Melbourne, e afirmou que ele e sua família só sentem amor pela Austrália, cujo Grand Slam o sérvio já conquistou dez vezes.
O tenista usou o Instagram para agradecer o apoio que vem recebendo e manifestou o desejo de seguir no país para defender o título no primeiro Grand Slam do ano.
"Estou agradecido e grato que o juiz anulou o cancelamento do meu visto. Apesar de tudo o que aconteceu na semana passada, quero ficar e tentar disputar o Aberto da Austrália. Eu continuo focado nisso. Eu voei até aqui para jogar em um dos eventos mais importantes que temos diante de fãs incríveis", escreveu Djoko na legenda do post.
"Por enquanto, não posso dizer mais nada, mas obrigado por estar comigo durante tudo isso e me encorajar a permanecer forte", acrescentou o sérvio.
A estrela do tênis teve negada a entrada na Austrália após ter inicialmente recebido uma isenção médica para poder disputar o Aberto da Austrália mesmo sem provar se está vacinado contra a covid-19.
Djokovic apelou na Justiça e não foi deportado de forma imediata. Ele permaneceu detido em um hotel de Melbourne até a audiência realizada hoje.
Entenda o caso
Apesar de o estado de Victoria - onde está situada Melbourne, a sede do Australian Open - determinar que só pessoas vacinadas poderiam entrar para jogar o torneio, Djokovic pediu uma isenção para entrar no país sem se vacinar alegando que testou positivo para covid-19 no dia 16 de dezembro de 2021. O tenista sérvio teve seu pedido atendido e viajou para Melbourne.
Ao desembarcar, foi parado pela polícia alfandegária. Segundo os oficiais, o tenista não apresentou todos documentos necessários para justificar sua entrada no país. Por isso, depois de passar a noite separado de sua equipe em uma sala do aeroporto de Melbourne, Djokovic teve seu visto cancelado.
O número 1 do mundo, então, decidiu apelar da decisão e continuar na cidade. Ele foi levado às autoridades locais para um hotel, onde ficou confinado até hoje e teve rejeitado um pedido de se mudar para uma residência em Melbourne.
Nos dias entre o cancelamento do visto (quarta-feira) e esta segunda-feira, várias informações diferentes foram reveladas pela imprensa australiana. Segundo a Tennis Australia, a isenção só foi concedida a Djokovic após análise de dois painéis de especialistas. O primeiro, formado pela própria federação australiana de tênis. O segundo, por especialistas escolhidos pelo governo do estado de Victoria. Segundo a documentação exibida pela TA, bastava provar contágio por covid nos últimos seis meses para que a isenção fosse obtida - e foi o que Djokovic fez.
No entanto, o jornal The Age publicou uma carta enviada pelo Ministério da Saúde à TA informando que contrair covid não deveria isentar ninguém de vacinação. Esta, aparentemente, era a razão do imbróglio. A polícia alfandegária levou em conta as exigências do Ministério da Saúde - governo federal - para barrar Djokovic no aeroporto.
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