Em carta aberta, Ronaldo esclarece nota publicada pelo conselho do Cruzeiro
Após a divulgação da polêmica nota publicada pela Mesa Diretora do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, foi a vez de Ronaldo se poscionar. Na manhã desta quinta-feira (17), o ex-jogador divulgou uma carta aberta ao torcedor da Raposa esclarecendo os fato sobre os trâmites que envolveram a Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Segundo a carta, assinada pelo Fenomêno, o valor inicial previsto em contrato é de R$ 50 millhões. Os outros R$ 350 milhões serão injetados por meio de investimento direto ou por incremento de receitas, além de auxiliar o clube nas dívidas civil, trabalhista e desportiva, que ao todo, chegam a cerca de R$ 700 milhões.
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Ronaldo também afirmou que já havia, em outros momentos, falado sobre a inclusão dos centros de treinamentos da Raposa na SAF como forma de proteger o patrimônio do clube, que por sua vez, colocou os CTs como garantia de um acordo da dívida tributária feito entre o clube e a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Na carta, o ex-jogador também criticou a nota publicada pelos conselheiros, frisando que o comunicado “expõe parcialmente dados confidenciais e distorce a realidade dos termos firmados na proposta apresentada ao Cruzeiro Esporte Clube” e afirma que o clube precisa de “estabilidade para seguir o caminho da reconstrução”.
Confira a nota na íntegra:
Diante da Nota Oficial emitida pela Mesa Diretora do Conselho Deliberativo do Cruzeiro Esporte Clube, assinada por Nagib Simões, Mauricio Silva, Marcus Lambertucci, Evandro Vassali, Alvimar Perrella, Bruno Lourenço, Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Aquiles Diniz, Alexandre Azevedo, Pedro Lourenço e Régis Campos, que expõe parcialmente dados confidenciais e distorce a realidade dos termos firmados na carta vinculante, esclareço os seguintes fatos:
O valor de investimento previsto na proposta de aquisição define o aporte inicial de R$50 milhões, além de um compromisso de investimento de mais R$350 milhões que pode ser feito através de incremento de receitas ou de aporte direto. Vale ressaltar que a opção de incremento de receita favorece diretamente a associação, uma vez que a lei das SAF obriga o repasse de 20% das receitas para quitação da dívida bilionária acumulada por anos de má gestão - fato esse que pode gerar mais R$70 milhões em receitas para a quitação da dívida e que parece ser ignorado pelos responsáveis pela Nota. Além da previsão de aporte, passo a ser subsidiário nas dívidas civil, trabalhista e desportiva, que somam quase R$700 milhões.
Vale ressaltar também que meu pedido de inclusão das Tocas I e II na transação é simplesmente para proteção de patrimônio do Cruzeiro. Hoje a Toca I, a sede do Barro Preto e parte das receitas do futebol são dadas em garantia para a União em uma dívida tributária de aproximadamente R$400 milhões que não estava incluída na negociação inicial. No curto prazo os imóveis podem ser leiloados e as receitas penhoradas por falta de pagamento
A SAF se coloca como facilitadora para encontrar os meios de pagamento dessa dívida. Em contrapartida, o controle das Tocas pela SAF garante que o patrimônio do futebol não seja colocado mais uma vez em risco.
Por fim, acredito em trabalho silencioso, sem dar publicidade a pontos contratuais em respeito às cláusulas de confidencialidade que devem ser respeitadas. O Cruzeiro precisa de estabilidade para seguir o caminho da reconstrução. O conselho do clube é soberano e acredito que o julgamento dos pleitos será feito de maneira coerente levando em consideração o melhor para o Cruzeiro.
#FechadoComOCruzeiro
Tara Sports
Ronaldo
XP Investimentos também se posiciona
Intermedária na negociação, a XP Investimentos também se posicionou sobre o ocorrido. Segundo à empresa, o “valor a ser investido no club será de 400 milhões” e que, no contrato proposto, “há imprecisões técnicas e interpretações errôneas do formato dos aportes da proposta assinada”.
Ainda de acordo com a XP, devido a confidencialidade de contrato, não seria possível corrigir as informações da carta publicamente. Entretanto, ressaltou que as “condições finais da transação ocorrem após uma diligência completa da compradora” e, que nesse caso, a equipe de Ronaldo concluiu que é necessário mudar os termos do acordo.
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