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Vice-presidentes do Vasco reivindicam maior participação nas decisões sobre a SAF em carta

Esporte News Mundo (redacao@esportenewsmundo.com.br)

31/05/2022 17h37

Vasco 777

Sete vice-presidentes de diferentes áreas do Vasco escreveram uma carta questionando o presidente do clube, Jorge Salgado, sobre a pouca ingerência deles no processo de negociação com a 777 Partners visando a constituição da SAF. De acordo com a apuração do Uol, confirmada pelo ENM, foram autores do documento Vítor Roma, vice-presidente de Marketing e Novos Negócios, Horácio Júnior, vice-presidente de Responsabilidade Social e História, Fábio Nogueira, vice-presidente de Patrimônio, Marcel Kaskus, vice-presidente de Esportes Olímpicos e Paralímpicos, Maurício Corrêa, vice-presidente de Relações Públicas, Rafael Cobo, vice-presidente Médico e Luís Aragão, diretor da área de Integridade.

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Os autores da carta veem com bons olhos a possibilidade de consolidação da SAF, mas reivindicam maior transparência e participação nas negociações com a 777 Partners. No documento, há indagação sobre a reunião da diretoria vascaína com a KPMG na última sexta-feira, consultoria contratada que captou a 777 Partners. “(…) ficou claro que negociações-chave transcorreram por meses sem que os VPs tenham tido ciência ou participação nelas (…) Entendemos que a empresa contratada está avançando sua atuação sobre competências que não são dela, sem envolvimento das áreas envolvidas e sem conhecimento dos assuntos que discutem”.

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Ainda no documento há uma observação a respeito dos sócios estatutários, pedindo mais respeito a eles no processo decisório: “Estes sócios, diga-se, não encontram, no atual estágio das negociações, garantias acerca de seus direitos adquiridos. E eles não são importantes apenas na aprovação da SAF na AGE: são também a principal fonte de receita do clube social a partir da aprovação do acordo com a 777. Falhar com eles significa falhar com o Vasco, com sua história e com o seu futuro, dado o risco real de insolvência, caso os sócios estatutários se afastem do clube”.

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No fim da carta, os vices enumeram uma série de demandas sobre as quais eles querem ter maior poder decisório. O Esporte News Mundo apurou que, internamente, o assunto é considerado como resolvido, mas o ruído de comunicação causou mal-estar. Leia, abaixo, na íntegra o documento:

“Reflexões sobre o momento do Vasco

A aprovação da SAF é um dos movimentos mais importantes da história do clube, e será lembrada eternamente, tanto pelos seus benefícios quanto pelas suas falhas. Cabe a nós, dirigentes do clube, tomarmos os cuidados necessários para que o clube com a história mais importante de todo o futebol brasileiro seja capaz de escrever mais um capítulo glorioso de sua trajetória.

Desde o princípio das negociações com a 777 Partners, alertamos sobre a necessidade de maior envolvimento dos Vice-Presidentes, sobretudo em negociações que envolvam suas áreas.

Na reunião com o líder do projeto pela KPMG, realizada na última sexta feira em São Januário, ficou claro que negociações-chave transcorreram por meses sem que os VPs tenham tido ciência ou participação nelas, o que torna a posição do clube frágil e arriscada em um processo tão vital para sua história. Entendemos que a empresa contratada está avançando sua atuação sobre competências que não são dela, sem envolvimento das áreas envolvidas e sem conhecimento dos assuntos que discutem.

As promessas de inclusão dos VPs em momento oportuno nunca se concretizaram, o que se converte em risco para as negociações, que precisam ser conduzidas de maneira eficiente, sob pena de resultar em acordos ruins e potencialmente questionados pelos sócios na Assembleia Geral.

Estes sócios, diga-se, não encontram, no atual estágio das negociações, garantias acerca de seus direitos adquiridos. E eles não são importantes apenas na aprovação da SAF na AGE: são também a principal fonte de receita do clube social a partir da aprovação do acordo com a 777. Falhar com eles significa falhar com o Vasco, com sua história e com o seu futuro, dado o risco real de insolvência, caso os sócios estatutários se afastem do clube.

Reiteramos que uma história de 120 anos não pode ser manchada por erros na condução das negociações. E o sucesso das negociações não é um fruto do acaso, mas do trabalho e do zelo. Por isso, torna-se espantoso que as negociações não levem em consideração o resultado da consultoria que contratamos junto à EY, com a qual o clube gastou quase R$ 200 mil, com o objetivo de propor ideias de carve-out. Se a KPMG se debruça sobre o tema há meses, a consultoria perde o sentido. Sobre esse tema, este grupo de VPs encontra imensa dificuldade de acessar informações fundamentais para o processo de carve-out que se encontra em curso; como folha, receita, custos estimados, investimentos, entre outros. Se os Vice-Presidentes do clube não são envolvidos em temas tão sensíveis para suas áreas, o clube perde força em sua capacidade de fechar um bom deal.

Diante do exposto requeremos que o processo, tão decisivo para o clube, seja transparente e tenha participação de forma direta e efetiva na negociação e validação das seguintes questões:

Licenciamento de marca

Vasco Academy

– Direitos adquiridos dos sócios estatutários e receitas de associação

Legado histórico e exploração dos programas envolvidos (tour, espaço, experiência)

– Colégio Vasco da Gama – Uso de áreas compartilhadas do clube (esportes além do futebol, instalações físicas).

– Uso compartilhado de áreas meio (marketing, relações públicas, financeiro, jurídico, secretaria)

– Contrato com fornecedor de material esportivo

É fundamental esclarecer que todos somos entusiastas da SAF e, sem exceção, atuantes no apoio operacional e político ao seu processo de aprovação. Tal entusiasmo se materializa no objetivo de garantir o sucesso das negociações, com impactos positivos para o futuro do clube.

Preocupados com o resultado do processo, constatamos que a condução das negociações por um grupo muito restrito, sob a justificativa do risco de vazamento de informações sensíveis, levou a um debate empobrecido, arriscado e improdutivo.

Ainda há tempo para correções de rumos. Mas o momento é agora”.

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